12 de fevereiro de 2011

Irmãos, ou não. - Capítulo VII

Depois de muitos e muitos anos - exagerada, oi.q - lá vai o capítulo VII, felizmente antes do previsto. Eu particularmente não achei muito empolgante, mas vão precisar dele para entender algumas coisas que acontecerão a seguir, sem contar que o próximo vai ser bem mais legal, então vale a pena continuar a ler *-*
Espero que gostem, aí vai:
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A garota sentiu-se atordoada por um instante, mas logo soltou seu braço e respondeu com sarcasmo:
- Mas é claro! Vamos tomar um sorvete e discutir nosso próximo trabalho em grupo e quando vamos fazer nossa festa do pijama! Anos de ignorância sua comigo e um simples “Me desculpe, eu errei com você” vão me fazer esquecer tudo, com toda a certeza. Aham, é.
- Mas Marie... somos melhores amigas...
- Isso – rosnou a garota, ferozmente -, é o que eu pensava.
- E o que eu te fiz para você dizer isso?!
- Pense um pouco, use aquilo que chama de cérebro, se ainda o tiver. Ignorei muitos erros seus, Luna, mas ser esquecida por um babaca metido a anjo quando o assunto é delicado?
- Controle-se, Ma! Está brava por ciúmes!
- Não, estou com raiva por ilusão – é diferente.
- Ilusão?! Do que está falando, Marie? – retrucou a outra, incrédula.
- Sabe, é duro perceber que alguém em quem eu confiava tanto nunca mereceu isso de mim.
- Você bebeu? Nunca te traí, nunca contei os seus ou os nosso segredos a ninguém nesses cinco anos, e sempre estive do seu lado! Melhores amigas até que a morte não nos separe, lembra?
- Do meu lado? Realmente, Luna, você sempre esteve do meu lado. Exceto quando eu mais precisei. Por acaso me diz se já me viu triste, se já me viu chorar? Já ouviu algum problema meu ou qualquer coisa que eu tenha a dizer sobre qualquer assunto? A morte não nos separará, pois a verdade já tratou de fazê-lo.
Vendo que Luna ficara sem o que dizer, virou-se e voltou a postar-se em frente à porta da sala de aula, poucos segundos antes que o sinal batesse e a inspetora viesse abrir a porta.
Em geral, sentava-se ao lado da amiga na fileira do meio, mas como agora não eram mais amigas, sentou-se na primeira fileira, ao lado da janela. Nos dois tempos seguintes, não virou para Luna nem uma vez sequer. Quando novamente o sinal tocou, já havia terminado de copiar e fazer todos os deveres e foi a primeira a sair da sala. Dirigiu-se então até a sala de Diego no momento em que este saía de lá. Reparando que a amiga estava sozinha, indagou:
- E Luna?
- Ela tem ao anjinho sem asas, não precisa de mim.
- Quer falar sobre, Marie?
- Você já sabe, Diego, é a mesma história de sempre. A novidade é que desta vez discutimos e eu falei um pouco menos do que gostaria, mas todo o necessário, acho. Quando eu mais preciso dela, sou trocada pelo “Gui”, e hoje não consegui me segurar. Chega de Luna por enquanto; desde que eu ainda tenha você, não preciso me aborrecer mais.
- Você ficou cinco anos sem nunca falar nada?
- Pois é, demorei todo esse tempo porque sempre fui muito boba... mas agora não sou mais e não vou admitir ser trocada pelo namoradinho dela a todo instante. Isso sempre aconteceu, mesmo antes do Guilherme; garotos e festas sempre foram mais importantes para ela que qualquer outra coisa, mas quando tinha algum problema era para mim que ligava na mesma hora. Enquanto que eu sempre era deixada de lado nas raras vezes em que ela me atendia. Essa era a nossa amizade. Mas eu nunca tive coragem de dizer nada à ela.
- Mas pense um pouco, Marie; como você esperava que ela percebesse que isso te incomodava se durante todos esses anos você aceitou tudo de cabeça baixa? Não precisa de coragem quando ela sempre foi na dela e não é do tipo que arranja confusão ou só resolve as coisas na briga, ainda mais esse tipo de coisa. E agora que você falou tudo, qual foi a reação da Luna? E o que gerou a confusão?
- Bom... o professor do primeiro tempo faltou e estávamos conversando sobre a viagem dela quando ela me perguntou do Dante e eu contei. Ela então começou a rir e eu ia perguntar o motivo, mas o Guilherme chegou e os dois começaram a se beijar – ignorando totalmente a minha presença. Um bom tempo depois eu a chamei e falei que precisava conversar sobre o assunto com ela, mas o bebezinho começou a fazer gracinha dizendo que eu ia roubar ela e essas coisas. Eu não agüentei e respondi ele, então fui embora para a porta da sala pensar e depois fui para o banheiro. Estava quase entrando quando ela me puxou e começou a falar, e eu falei também. Até que ela não soube o que dizer e eu fui para a sala.
- Ela não demonstrou ter reconhecido que agiu de forma errada em momento algum? – perguntou Diego, desconfiado. Marie fez uma ligeira pausa antes de responder, sem olhar nos olhos do amigo.
- Não. Em momento algum.
- Tem certeza? – insistiu o garoto. Mas dessa vez a resposta veio rapidamente.
- Tenho.
- Um pouco estranho, para o perfil dela.
- Por que diz isso?
- Pelas conversas que tivemos, não foi esse o perfil que notei.
- Notou errado, então.
- Marie, será que não está exagerando um pouco? Luna pode ter seus defeitos, mas sempre ouvi muitos elogios de sua parte. Acha mesmo que vale romper uma amizade por isso? Não que seja bobeira, mas foi a primeira conversa de vocês sobre o assunto em todos esses anos de amizade, tente refletir um pouco e não seja tão dura com ela e nem consigo mesma.
- Mas Diego...
- Mas nada, não vou ficar do lado de nenhuma das duas. Serei sempre seu amigo, mas desta vez não vou defender ninguém, apenas reflita. Agora, uma pergunta: você ainda pretende fugir de casa?
- Mas é claro, por que a pergunta? – respondeu Marie, com um ligeiro sorriso.
- Porque eu tenho uma surpresinha para você.
- Surpresa? Que surpresa?!
- Se é surpresa eu não posso contar, não é? Você verá, Marie. E irá gostar.

Um comentário:

  1. ODEIO SURPRESAS. Ç_____Ç AHAUIAHIAHAIUAUIHUIHAUIAHUIA Tô curiosa, e agora? ç_ç

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