21 de abril de 2011

Irmãos, ou não. - Capítulo XIII

Só pra avisar, esse capítulo ficou gigante D: mas acho que vão gostar *-*
Obrigada por lerem meu blog, anyway õ/
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- Marie, por que você não come alguma coisa? Vai acabar desmaiando de fome desse jeito. Come alguma coisa, amiga, por favor!

- Não estou com vontade. Se eu comer alguma coisa provavelmente vou acabar vomitando; não se preocupe comigo.
- Mas é claro que me preocupo! Você continua sendo minha amiga, Marie!
- Luna... - começou Marie, impaciente, para ser cortada logo em seguida.
- Luna o quê? Você precisa se alimentar. Não é, Gui?
- Quê? Hã? Me chamou, amor?
- Nada, principezinho, nadinha de nada.
- Amiga não começa, por favor! Não quero que vocês briguem, façam isso por mim se não puderem fazer por vocês mesmos!
- Ok, ok. Não estou muito a fim de me estressar mesmo não, e na verdade nem posso. Desde que ele também não provoque.
 - Tudo bem, chega de brigas então. Amigos?
- Amigos... – respondeu Marie, muito a contragosto.
Qualquer um poderia deduzir que aquele “amigos?” era apenas fruto da presença de Luna, porque Guilherme jamais aceitaria tão bem o fato de ter que se obrigar a tratar como amiga alguém que tanto desgostava. Mas quem assim deduziu não poderia estar mais errado. E dentre as pessoas que cometeram esse erro, logicamente se encontrava Marie. Talvez porque ela mesma tomara desgosto tal pelo namorado da amiga, que tinha certeza que seus sentimentos por ele eram recíprocos; mas Guilherme havia mudado um pouco e percebido que, na verdade, só agira tão mal com a garota por ciúmes, puro ciúmes. Ele na verdade se preocupava com Marie, e depois da morte de Diego decidiu-se por não ser mais rude com ela, e talvez até ganhar sua confiança... Não seria fácil, mas por algum motivo que ele mesmo desconhecia, estava disposto a fazê-lo. Então, ao final das aulas daquele dia, deixou Luna em casa e dirigiu-se até o apartamento de Marie. Tocou o interfone, porém o irmão da garota atendera – um tanto grosseiro – e informou que a garota não se encontrava e ele não fazia a menor idéia de quando ela chegaria. Guilherme explicou ser amigo dela da escola, e perguntou se ele por acaso não teria o número do celular dela, já que havia perdido. Sem muita boa vontade Dante passou o número a Guilherme, que agradeceu e logo ligou para a "nova futura amiga".
- Alô?
- Marie?
- Quem é?
- Guilherme, tudo bem com você?
- Tudo... O que você quer?!
- Nada de mais, Marie. Só queria saber como você está, te achei um pouco chateada hoje na escola. Aconteceu alguma coisa?
- Quem é você pra saber se eu to chateada ou não?  E desde quando se preocupa comigo? Aliás, quem te deu meu número, hein?
- Calma, calma... não precisa ser tão agressiva, só achei que poderíamos recomeçar. Fui ao seu prédio e perguntei por você, mas seu irmão Dante disse que você não estava então pedi seu número e ele me deu. De má vontade, mas deu.
- Dante... – repetiu a menina, com a voz perdida.
- É o nome do seu irmão, certo?
- Sim, sim... é o nome dele...
- Está tudo bem, Marie? – perguntou novamente Guilherme, um pouco preocupado. Silêncio... – Marie? Ainda está na linha?
- Quê?! Ah, oi. Tô, tô aqui sim. Do que a gente tava falando mesmo?
- Onde você está?
- Na praia... Por quê?
- Em que parte?
- Bem no início, onde tem umas pedras... Mas por que você quer saber, Guilherme?!
- Estou indo para aí agora, até mais.
E, dito isso, o garoto desligou o celular sem esperar resposta, indo diretamente ao encontro da menina, que estava bem perto dali, encostada em uma pedra, quase impossível de ser localizada. Chegando mais perto ele pôde notar que ela ainda estava com a roupa da escola, mas também visível havia um cordãozinho de biquíni que se amarrava em seu pescoço. Guilherme sentou-se ao lado de Marie, que ainda segurava o celular na mão sem entender nada; tomou um susto ao ver o garoto já sentado ao seu lado mal finalizara a ligação, mas por algum motivo o sorriso dele a fez sorrir de volta. Por um momento pareceu esquecer o motivo que a levou até aquele canto novamente, principalmente quando Guilherme a... abraçou. Ficou confusa por um instante, mas acabou por retribuir o abraço, e após muito tempo o garoto a soltou e perguntou, olhando diretamente no fundo dos olhos dela:
- Então, o que aconteceu?
- Eu... ah...
- Você...?
- Não sei se é um bom momento...
- Estamos sozinhos, na praia, está cedo e o céu claro. O que seria um bom momento pra você, Marie? – sorriu Guilherme, olhando a paisagem à volta.
- O que deu em você, hein? De repente se preocupa comigo e quer saber da minha vida... Que drogas te deram?l – sorriu ela de volta.
- Bom... depois que o Diego... você sabe, depois daquele dia, eu te vi fugindo do Caio e achei que tinham terminado, e só então eu percebi que nada do que tinha acontecido entre eu e ele era realmente sua culpa, e também que você estava mais sozinha agora, e achei que talvez precisasse de um ombro amigo... quer dizer, não sei se você me consideraria um amigo, mas ao menos um ombro eu tenho. – completou ele sem graça. Marie não pôde deixar de sorrir, achando graça no comportamento dele.
- Eu voltei com o Caio, então não estou completamente só... mas agradeço sua disponibilidade, acho que podemos recomeçar sim. Talvez seja a hora de algumas mudanças boas, depois de tantas ruins...
- Quer conversar, Marie? – A garota hesitou, mas achou que desabafar um pouco não faria mal a ninguém. Resumiu o mais que pôde toda a história, cortando uma coisa aqui e outra ali; mas parou mais uma vez na parte da gravidez.
- E então? Aconteceu alguma coisa no restaurante, ou...?
- Bom... eu tinha estranhado algumas coisas, e me resolvi por pegar o teste da farmácia e descobri que estou grávida. No início o Caio não acreditou muito, ficou bem atordoado e confuso – assim como eu ao descobrir a novidade -, mas por fim decidiu por assumir o próprio filho, claro. Fico feliz por ter ele de volta como namorado, e acho que me precipitei de mais ao terminar com ele apenas por achar que os problemas que ainda nem existem em relação ao ciúmes de Dante nos impediriam de continuar juntos... É claro que principalmente agora, com a gravidez, muitas dificuldades surgirão e tudo o mais, mas com certeza seria muito mais difícil de passar por elas se eu estivesse completamente sozinha.
- E você já contou isso ao seu irmão?
Marie paralisou, lembrando dos últimos momentos a sós com Dante, e não conseguia se decidir sobre contar ou não os detalhes daquele dia. Não saberia dizer quanto tempo ficou imersa naqueles momentos, mas só se deu conta de seu estado quando Guilherme tocou seu ombro gentilmente e chamou:
- Marie? Está tudo bem? Você está tão pálida...
- Acho que eu me deixei levar... – sussurrou a garota bem baixinho, mas Guilherme a escutou como se ela tivesse falado bem alto em seu ouvido.
- Se deixou levar pelo quê...? E você não me respondeu, contou ao seu irmão?
- Ah, desculpe... Contei ao meu irmão sim, e ele não reagiu muito bem; talvez precise de um tempo para assimilar tudo, e eu... eu entendo...
Novamente o garoto a abraçou, e Marie se conteve para não deixar as lágrimas que enchiam seus olhos transbordarem. Ela não podia ser fraca, já havia se decidido e agora que carregava uma filha dentro de si não poderia nunca mais demonstrar qualquer sinal de fraqueza... Não, ela tinha que ser forte, uma mãe precisava ser mais forte que qualquer outra pessoa. Então apenas retribuiu o abraço de Guilherme e secou as lágrimas sem que o garoto notasse. Por impulso consultou o relógio de pulso e se assustou com a rapidez com a qual o tempo se passara; já eram quase três horas da tarde, e ficou em dúvida quanto à volta para casa. Dante poderia se enfurecer com ela por chegar tarde, ou simplesmente por ela ter engravidado “de Caio”, como dois dias atrás. Sem saber o que fazer, resolveu voltar quando Guilherme também o fizesse. Se era para Dante enfurecer com ela, que ao menos tivesse motivos e o mínimo de tempo possível para isso.
A conversa dos dois em si foi um tanto monótona, mas Guilherme conseguira ganhar pontos com Marie, e a garota agora confiava nele. Não totalmente porque ainda era muito cedo para ter certeza da personalidade dele, mas ao menos tinha nele confiança suficiente para contar algumas de suas dificuldades, ainda que resumidas. Em dado momento levantaram-se e começaram a andar pela praia, até que Guilherme se lembrou que Marie estava com biquíni por baixo e sugeriu que mergulhassem; não se importava de molhar a bermuda que usava, secaria com o tempo. Voltaram ao cantinho onde conversavam há pouco e deixaram ali suas mochilas com as roupas dentro. Foram então para o mar e mergulharam, jogaram água um no outro, riram brincaram, como se todos os problemas tivessem sido deixados na areia da praia. Estava quase escurecendo quando sentiram frio e decidiram voltar para casa. Mas, quando chegaram ao local onde deixaram suas coisas...
- Ah, só me faltava essa. Roubaram nossas mochilas, e agora? A chave do meu carro estava lá dentro, assim como minha carteira com documentos e dinheiro, e minhas chaves de casa também se foram, junto com meu celular e todo o resto. Que merda, e agora?
- Calma, Gui... eu vou dar um jeito, não se preocupe. Meu celular também estava lá dentro, mas felizmente era a única coisa de valor, porque eu não levo dinheiro para a escola e hoje por um acaso esqueci minhas chaves e meus documentos em casa. Mas não se preocupe, eu vou falar com o Caio e talvez... desculpe, eu me esqueci... Falarei com mamãe então, e talvez ela deixe você dormir lá em casa hoje ou tenha alguma ideia... Tudo vai dar certo, tenho certeza Não se preocupe, está bem? – Marie, que durante toda sua fala olhava à volta à procura do ladrão – ou ladra – que a essa altura estaria muito longe dali, ao proferir a última fala se surpreendeu ao ver Guilherme sentado na areia abraçando os joelhos, com o rosto enterrado entre os braços. A garota se abaixou e pôs a mão direita sobre o ombro esquerdo do garoto, e apertou-o de leve como a dizer que estava ali para ele. Guilherme levantou a cabeça para ela, e por breves segundos se encararam, e ele não pôde entender como por tanto tempo ignorara a pessoa maravilhosa que era Marie. Pela terceira vez no dia abraçou-a, mas era um abraço de quem pedia colo, de quem dessa vez gostaria de receber o abraço. Marie por sua vez abraçou-o forte e pouco tempo depois acariciava o cabelo de Guilherme, enquanto este se encostava em seu peito. A noite ia cobrindo-os e já estavam sozinhos na praia. Quando se deram por conta, correram à casa de Marie, para encarar um clima realmente tenso, visto que estavam ainda úmidos e apenas com trajes de banho, e mamãe ainda não havia chegado. Dante não fez pergunta; apenas olhou a irmã com uma mescla de nojo e ciúmes – que agora dificilmente se diferenciava de ódio -, e voltou ao quarto com seu lanche noturno. Marie sugeriu que Guilherme esperasse no sofá enquanto ela se vestia e perguntava ao irmão se podia emprestar uma roupa à ele. Depois de muita cerimônia, o garoto obedeceu-a. Enchendo o peito de ar, tomando coragem, foi primeiro ao quarto do irmão perguntar pela mãe e explicar o que acontecera. Dante apenas ouvia sem mover um músculo sequer, encarando a televisão. Ao final da explicação, apenas respondeu que a mãe ligara avisando que voltaria apenas de madrugada para casa e indicou que ela pegasse em seu armário apenas uma camisa não muito nova para Guilherme, e que se quisesse dormir lá, que a própria Marie se arranjasse, porque não ia se meter nos “casos” da irmã. Furiosa, a garota pegou a camisa e exclamou, fulminando o irmão:
- Ele é apenas meu amigo, e namorado de Luna. Você realmente não tem que se meter na minha vida, isso sim. Cuide do que é seu, que cuido do que é meu. Só peço que tome cuidado com essas drogas que anda usando, porque em breve mamãe irá perceber.
E voltou-se para a sala de estar, batendo a porta do quarto do irmão. Controlando deu a blusa à Guilherme e disse que a seguisse para seu quarto, onde arrumaria a cama de baixo para que ele dormisse.
- Quer ligar para casa agora ou prefere tomar banho antes? – perguntou Marie.
- Melhor ligar pra casa, não acha? Pode ir tomando banho, não se preocupe comigo... é só me dizer onde ficar o telefone que eu me viro.
- Usa esse do meu quarto que é linha privada, é esse gato aí em cima da mesa. – indicou a garota.
- Seu telefone é em formato de gato? – riu Guilherme, procurando o objeto. Marie sorriu.
- Ah, eu achei tão lindinho quando vi na loja! Tenho há um ano, ganhei de aniversário no ano passado, foi Dante quem me deu...
No mesmo instante seu sorriso se desfez, e a garota simplesmente pegou a toalha e o pijama e voltou-se para o banheiro, batendo a porta ao entrar e trancando-a. Guilherme suspirou enquanto pegava o telefone. Como estava muito tarde e ele morava em outro bairro, seu avô - com quem o garoto morava - não se importou que ele dormisse na casa de Marie hoje, contanto que no dia seguinte a mãe dela confirmasse a história. Tranqüilizado, deitou-se na cama que Marie armara para ele e acabou pegando no sono quase em seguida. A garota não se demorou muito no banho, mas quando saiu do banheiro Guilherme já havia dormido. Pensou em deixá-lo dormir, mas lembrou que ele deveria estar incômodo com a areia grudada pelo corpo e se abaixou para acordá-lo.
- Gui? – chamava Marie baixinho, bem próximo ao ouvido do garoto, acariciando seu braço delicadamente. – Guilherme, não quer tomar banho? Gui...
O garoto acordou no terceiro chamado, e virando-se deu de cara com os brilhantes olhos de Marie, e por instantes ficou hipnotizado por eles; ela, por sua vez, se aprofundara nos olhos verdes dele e demorou-se a voltar do transe. Como se nada houvesse acontecido, ela voltou a chamá-lo:
- Guilherme, não vai tomar banho? Quanto mais cedo for, mais cedo dorme, e dá pra ver que está com bastante sono – sorriu ela bondosamente. Os sentimentos maternos tão cedo já começavam a tomar conta dela, e passando a mão pela barriga lembrou-se de Diego... afinal, onde estava ele que há tanto tempo não aparecia? Guilherme notou o gesto da garota e beijou sua barriga, fazendo com que ela risse.
Afinal, Guilherme não era má pessoa. Estava mais para um ótimo amigo...

15 de abril de 2011

Irmãos, ou não. - Capítulo XII

- Marie, meu anjo, hoje não é Primeiro de Abril... – balbuciou Caio, assustado.
- Eu sei disso Caio, eu sei. Eu não mentiria pra você mesmo que fosse o dia da mentira. Eu estou... grávida. – respondeu a garota, de cabeça baixa. Alguns minutos de silêncio se sucederam, em que a cena pareceria estar congelada não fosse pela respiração dos dois e pela movimentação do resto do restaurante. Enfim Caio quebrou o silêncio.
- É... é meu?
Marie levantou a cabeça, olhando para ele sem entender muito bem a pergunta.
- O filho... ou filha... é de mim que você está... grávida?
A garota sorriu um sorriso triste, e não soube muito bem se deveria dizer a verdade agora. Optou por pedir a conta ao garçom, e seguiram para a casa de Caio em silêncio, ainda no mesmo clima tenso. Nenhum dos dois sabia muito bem porque não iam para a casa de Marie e sim para a de Caio, mas também nenhum deles parecia preocupado com isso, e continuaram sem falar e sem olhar um para o outro, como se ambos soubessem o que estava por vir. Quando entraram no apartamento, a mãe dele estava na cozinha de costas para eles, virada para uma bancada. Cumprimentou-os animadamente mesmo sem os olhar, pois já estava acostumada com Marie. Carly deveria estar trancada em seu quarto como de costume. Seguiram para o quarto de Caio e o trancaram. Após alguns minutos de mais tensão, Caio retomou a pergunta que não lhe saía da cabeça:
- Então... é meu? Ou... ou minha, não sei. Porque você sabe, aquele dia a gente se... preveniu, né? Então eu fico confuso com isso, acho que você entende... entende?
Sorrindo mais uma vez com tristeza, a garota respondeu, olhando para as mãos.
- Eu gostaria que fosse...
- Ah. Entendi. Tudo bem, eu entendi. É do Diego, então?
A garota desfez o sorriso, e olhou agora assustada para Caio.
- QUÊ?! Enlouqueceu, Caio? Lógico que não, lógico que não!
- Então é de quem, Marie?! – se assustou o garoto, chegando mais perto dela, que continuava olhando para as mãos, sentada na cama. A garota respirou fundo, antes de revelar.
- É do Dante.
- Ah... acho que não entendi muito bem...
- É do Dante, Caio. Dante, meu irmão. Mas ele não pode saber...
- O que... Marie, o que ele fez com você!?
- Ele não fez nada, é uma longa história... Se você tiver tempo, eu explico.
Diego, que apenas observava a cena toda sem dizer palavra, sentou ao lado de Marie e disse carinhosamente ao seu ouvido:
- Vai ficar tudo bem, Marie. Eu te prometo, estarei aqui do seu lado sempre...
Caio sentou-se na cadeira da escrivaninha, virando-a a ficar de frente para a garota que, respirando fundo mais uma vez, começou a explicar tudo desde seus oito anos até o dia do enterro de Diego. Não mencionou nada sobre seu novo anjinho da guarda, porque não foi necessário. Caio apenas escutava toda a história com uma expressão confusa, como se não acreditasse que aquele tipo de coisa fosse possível. Lágrimas rolavam silenciosamente pelo rosto da garota, que ainda falava para as mãos ao seu colo, mas Caio nada via porque fixara um ponto no chão enquanto apenas ouvia. Por fim uma única lágrima deslizou também pelo rosto do garoto, mas este logo a secou e levantando-se tomou a decisão:
- Eu vou assumir, não se preocupe.
- Vai?
Surpresa, Marie levantou o rosto cheio de lágrimas para Caio, que sentou-se ao seu lado e a abraçou forte por muitos minutos. Secou então todas as lágrimas do rosto da garota e após fitar seus lindos olhos por algum tempo, beijou-a, fazendo o possível para transmitir apenas com aquele beijo todo o seu amor por ela.
Mas, desta vez, as imagens que se passaram nos olhos fechados de Marie foram todos os melhores que vivera com o garoto. Ele sempre fora atencioso amoroso com ela, e por mais que brigassem ele sempre acabava cedendo; era muito compreensivo. Ciumento, como qualquer garoto apaixonado, mas tinha uma forma extremamente fofa de demonstrar; mimava Marie cada vez mais, a medida que sentia ciúmes dos amigos dela, ou mesmo do irmão - agora, claro, ele podia entender que não fora tão sem fundamento assim seus ciúmes da garota com Dante, mas não se importava nem um pouco contanto que estivesse ao lado de Marie e os dois ainda se amassem. As flores, os campos, os filmes, os lanches, os sorvetes, as risadas e todo o carinho que um sentia pelo outro, toda a confiança, as brincadeiras, os beijos e os toques, passaram pela mente da garota naqueles minutos. Ela sentiu então que estava no caminho certo, e contava com Diego e Caio para passar pelas futuras dificuldades com as quais ela não se preocupava em cogitar no momento. Apenas desfrutou da alegria de ter alguém tão especial ao seu lado, e continuou o dia como se não houvessem problemas no mundo, como se tudo fosse apenas aquela imensa alegria e paz que o casal agora sentia.
- Marie - chamou Caio, afastando dos olhos os cabelos da garota, e acariciando seu rosto. Ela voltou seus olhos para os dele, extasiada -, você aceita ser minha novamente?
A garota sorriu radiante e pulou em cima dele beijando-o como resposta. Aos poucos o clima foi se tornando mais quente, quase um calor insuportável que fez com que as roupas dos dois fossem tiradas rapidamente, e... enfim, não é preciso muita coisa pra saber o que aconteceu em seguir. O que eles não contavam, era com uma certa orelha escutando pela fresta da porta, e gravando cada palavra e até os gemidos com um pequeno gravador.
Porém, tendo isso passado despercebido de todos, a vida continuou. Marie acabara ficando liberada da punição por ter sumido sem dar satisfações por conta da morte de Diego. Dante estava achando-a estranha nos últimos dias, e passado uma semana observando o contínuo comportamento afastado de Marie, resolveu interrogá-la sobre isso. Estava a garota procurando mais uma vez a louça na cozinha, de costas para a porta, quando o irmão chegou por trás com as mãos sempre geladas abraçando-a pela cintura. Desta vez ela não tinha nada nas mãos e por isso não quebrou nenhuma louça, mas gritou de susto e afastou por impulso as mãos do garoto de sua barriga. Virou-se ainda assustada, e desviou quando Dante tentou dar o costumeiro selinho. Era sábado, e mamãe não estava em casa pois trabalhava também neste dia da semana; por tanto ninguém ouviu quando Marie gritou ao ser pega no colo por Dante, que a levara até o próprio quarto e a jogara praticamente de qualquer jeito na cama.
- Dante!
- Dante o quê, Marie?! - perguntou o garoto em voz alta, muito grosseiramente.
- Pára, enlouqueceu de vez?
- Me responda você... Tem se afastado cada vez mais de mim e da mamãe, como se tivéssemos feito algo de errado pra você! – o garoto parecia ter se estressado com a recusa do selinho, e se aproximava assustadoramente da irmã a medida que falava, ou melhor, gritava com ela. Marie nunca o vira tão agressivo antes, o que a assustava mais ainda...
- Por que está gritando comigo, amor? – questionou ela, com a voz mais doce que nunca, apesar de não conseguir esconder o medo atrás da doçura.
- AGORA – gritou ele ainda mais, dando um passo à frente -, VOCÊ ME CHAMA DE AMOR...
- Pára, por favor! Pare de gritar, vai fazer mal ao bebê! – pediu Marie, impulsivamente pondo as mãos sobre a barriga. Dante estacou onde estava, sem entender muito bem o que acabara de ouvir. Se afastou um pouco mais de Marie e sentou na cama aos pés desta, parecendo assustado e confuso. A garota por sua vez tremia,  também assustada com o que dissera, dividida entre o desespero por ter contado tão bruscamente a notícia e o alívio por não precisar mais se preparar para falar o mesmo que falara a Caio. A situação era crítica, e os dois irmãos passaram algum tempo em silêncio, tomados pelo choque. Até que Dante quebrou o silêncio, perguntando com a voz trêmula:
- É meu... ou do Caio?
A garota inspirou fundo pela milésima vez e, lembrando do que Diego dissera a ela, obrigou-se a mentir.
- É do Caio, Dan...
Dante deu um rugido ensurdecedor, que fez Marie quase saltar da cama do irmão. Quebrou todos os CD’s que havia em uma prateleira jogando-os no chão e deu um soco extremamente forte na parede; ele estava fora de si tamanha a raiva e o ciúmes. Como? Como pudera Marie engravidar de Caio... Eles eram um do outro, confiavam um no outro, e eram apenas um do outro... Como pudera ela omitir a notícia por tanto tempo, escondendo a verdade dele? Mas, repentinamente, surgiu uma luz em sua mente que talvez melhorasse tudo, se ainda houvesse tempo... Controlando a ira dirigiu-se à irmã o mais calmamente que pôde.
- Você já contou isso a ele?
- J-já... E ele disse que vai assumir, nós... nós v-voltamos...
- NÃO! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO, VOCÊ NÃO... SUA... ARG!
Dante estivera prestes a dar um tapa em Marie, mas fechou o punho e guardou-o dentro do bolso a tempo. Mas, uma vez atingido tal estado, dificilmente o garoto se controlaria tão facilmente mais uma vez.

2 de abril de 2011

#enquete nº5

Ok, já percebi que ninguém comenta nada, se é que alguém lê essa droga aqui. Vejo que pessoas visualizam meu blog todo dia, mas duvido que estejam lendo... se alguém aí no meio do mundo estiver realmente lendo, muito obrigada, você é realmente importante pra mim. Seria legal se você comentasse, mas tudo bem =)
Mas, mesmo assim, eu tenho esperanças. Aí vai a enquete:

1- O que estão achando da história e da ideia de o Diego ser o "protetor" da Marie?
2- Qual será a reação de Caio?
3- O que acontecerá a seguir?

Sei que ninguém vai responder, mas se alguém ao menos ler e pensar eu já agradeço. Tô #foreveralone aqui, mas já me acosumei né... amo vocês, fantasminhas :**
Sério, amo mesmo u.u
<3

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