4 de março de 2011

Irmãos, ou não. - Capítulo IX

Apressei um pouco as coisas aqui e terminei o capítulo pra postar antes do carnaval, já que vou "viajar"(longa história) *-* Bom carnaval! "se beber não dirija", e favor utilizarem camisinhas, não quero perder leitores por terem que cuidar dos filhos, e nem roubar os pais das crianças G_G obg ;D

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- Dante, seu estúpido, como pôde?! – gritou Marie para o irmão, ao ver Diego desacordado no chão, em frente a porta da casinha. Seu nariz e seu lábio inferior sangravam, e o garoto estava muito pálido.
- Ele tentou me jogar na cerca onde estavam os cachorros, você deveria se preocupar comigo e não com esse idiota que te ajuda a fugir. Ele é doente, quem em sã consciência ajudaria uma garota de quatorze anos a fugir de casa?! Te proíbo de sair com ele terminantemente, Marie!
- Cala a merda da boca, olha o que você fez com ele! Seu idiota, por que não me deixa em paz de uma vez por todas? Já não é o suficiente me fazer chorar por uma semana e enlouquecer, ainda tem que matar meu melhor amigo também? Diego acorda, por favor acorda, você não pode me deixar sozinha com esses idiotas, por favor não me deixa, Diego... – Exclamava a garota, aos prantos. Ajoelhando-se ao lado do corpo do amigo, deitou sobre o peito do mesmo, ainda chorando, e se apavorou ao não ouvir o coração do mesmo bater... – Ch-chama a ambulância, pelo amor de Deus, chama a droga da ambulância! – tentou gritar enquanto soluçava, tentando acordar Diego. – POR QUE AINDA ESTÃO PARADOS, CHAMEM A AMBULÂNCIA! VOCÊ MATOU MEU MELHOR AMIGO, SEU... SEU... DIEGO ACORDA LOGO! POR FAVOR!
Os minutos se passaram, e tudo o que Marie fazia era chorar e chorar... A ambulância chegou, e Dante não teve forças para impedir a garota de acompanhar o corpo de Diego, tampouco Caio pôde fazê-lo. Estranhamente, Ed não estava mais dentro do carro, que agora se encontrava totalmente vazio, apenas as mochilas de Diego e Marie no banco de trás... Os garotos entraram no carro e Caio começou a dirigir, seguindo a ambulância, dentro da qual Marie não parava de chorar, tentando não olhar para o corpo do amigo.
- Caio...
- Oi?
- Você viu o Thomas? Depois que pulei pra tirar a Marie de lá, o cara parece que desapareceu.
- Boa pergunta... Esperava que você me dissesse, Dante.
- Vou ligar pra ele, isso tá muito estranho. - respondeu o outro, com a testa franzida, discando o número de Thomas.
- Não atende, vou mandar sms. Você acha que ele...?
- Não, seria de mais até mesmo pra ele. Mas se tiver sido isso, eu só espero nunca mais dar de cara com ele em lugar nenhum, senão vai ser ele quem vai parar no hospital da próxima vez.
- Eu não quero nem pensar, senão dá merda. Aquele lá me conhece e espero que não tenha acontecido o que eu to pensando.
- Ele deve ter fugido.
- Espero que tenha mesmo só fugido. Acelera aí ou nunca vamos chegar ao hospital a tempo...
- OK, agora me diz o que vamos dizer se perguntarem o que aconteceu, porque dizer a verdade não é a melhor idéia, eu acho.
- A gente diz que tava passando por aqui e achamos ele assim, pronto.
- E vão acreditar?
- Claro que vão, por que não acreditariam?
- Tua blusa tá toda rasgada e você tem ferimentos também, cara.
- Sem problemas – sorriu Dante, pegando a mochila de Diego no banco de trás e tirando uma blusa de dentro dela antes de repor a mochila no banco. – Temos o mesmo tamanho, e ele deixou as coisas aqui atrás. Ninguém vai ver nada.
- E o que você vai fazer com a sua própria blusa? Se vierem investigar a gente se fode caso achem-na por aqui...
- Lixo, conhece?
- É verdade... mas e se virem suas digitais na mochila dele?
- Cara, deixa de ser tão certinho! Eu limpo e tá todo mundo feliz, pronto. Agora em que país fica esse hospital que nunca chega?
- Acabamos de chegar, se acalma.
- Acha mesmo que dizer pra alguém se acalmar quando tá estressado faz a pessoa se acalmar?
- Não... foi mal. É “instinto”, não sei por que todo mundo diz isso, também odeio quando me dizem isso.
- MARIE, ESPERA!
Dante saiu correndo atrás da garota, que acompanhava a maca, ainda chorando. Caio chegou logo em seguida, assim que Dante tentou abraçá-la, mas esta se desvencilhou dos braços do irmão, agarrando o outro, que a abraçou o mais apertado que pôde, afagando seus cabelos e beijando-lhe a testa. Dante virou as costas para os dois, fingindo olhar os médicos levando Diego para dentro do hospital, enquanto disfarçava a raiva e os ciúmes do casal... Quando Marie conseguiu enfim controlar o choro, informou:
- Os médicos disseram que ele está m-muito fraco, e as chances são quase inexist-tentes... Eu te odeio Dante, com todas as minhas forças, eu odeio você.
- Marie, não diga isso... ele é seu irmão, só tentou protegê-la...
- Me proteger, Caio? Me proteger de quê? Tudo isso é culpa dele, e na verdade sua também. Mas admito que você tenha mais razão que ele e por isso não estou tão brava contigo. Mas você, Dante... você o m-matou! Obrigada, muito obrigada!
- Diga isso à mamãe quando chegar em casa, vamos ver o que ela te responde.
- Você não está pensando em me levar de volta para casa, está? E desde quando resolvemos nossos problemas com a intervenção de mamãe?! Eu não volto pra lá de jeito nenhum até o Diego se recuperar...
- Ele não vai, pode parar de se iludir. Ele está morto e ponto final.
- Dante, não diga isso à ela! – espantou-se Caio. – O que deu em você para falar essas coisas?!
- Cala a boca, antes que eu te dê um soco. Ou vários.
Só então Marie compreendeu, e aproximando-se do irmão, pôs a mão em seu rosto e o aproximou do dela olhando-o nos olhos. Com a voz mais carinhosa que pôde, sussurrou de modo que só ele ouvisse:
- Dan, eu te amo... Meu primeiro beijo e todas as coisas importantes que me aconteceram foram contigo, lembra? Ainda estou muito puta pelo Diego, mas eu jamais conseguiria te odiar e você sabe disso, Dan... Não desconte no Caio o que é nosso, meu amor.
- Vocês são namorados. Eu não gosto disso.
A garota largou o rosto do irmão e abandonando a voz mansa, afastou-se um passo antes de dizer:
- Se você ignora meus sentimentos e passa por cima de tudo e de todos para aumentar seu ego, só tenho a lamentar pela sua imaturidade, Dante. – E dizendo isso, saiu marchando para a recepção do hospital, se informar sobre Diego. A família do garoto não era rica, mas também nunca lhes faltou nada, podendo pagar um ótimo hospital para os filhos. A recepcionista informou que ele estava em um quarto, e depois de muitas explicações, permitiu que Marie subisse para vê-lo. Ele estava muito pálido, e sua respiração era extremamente fraca. A menina chegou perto do amigo e sentou-se na poltrona ao lado da cama. Colocou uma mão sobre a outra do garoto, que estava muito gelada. Apoiando a cabeça na pontinha na cama, sentiu a mão de Diego se mexer com muita dificuldade, então uma voz tão fraca quando sua respiração foi ouvida por Marie.
- Me desculpe...
- Diego! – exclamou ela sorrindo, abraçando o amigo – você ainda está vivo, não sabe o quanto isso me deixa feliz!
- Marie, ouça... – pediu o garoto, em tom sério.
- O-o que foi, Diego? – preocupou-se Marie, apagando imediatamente o breve sorriso do rosto.
- Me perdoe, não consegui ajudá-la a fugir, e...
- Não há motivos para se desculpar, você fez muito além do que devia por mim! E agora olhe o estado em que meu irmão te deixou, eu é que te devo muitas desculpas...
- Não foi só o Dante, Marie...
- O CAIO TAMBÉM TE...
- Não, o Caio não me fez nada... não se estresse, Marie... e me prometa que ficará bem e feliz sem mim, ao lado de quem ama...
- S-sem você? Diego... – e mais uma vez as lágrimas voltaram a lavar o rosto da garota, que a cada segundo desejava mais e mais estar apenas tendo um pesadelo.
- Você não me deve desculpas, foi minha culpa... Prometa-me o que eu lhe pedi e diga mais uma vez que me ama, e ficarei em paz...
- Diego, não...!
- Me prometa, por favor...
- Eu... eu prometo, eu te amo! Você é para sempre um melhor amigo, eu te amo, eu te amo! – sussurrava aos prantos – Mas você não pode! Diego, não me deixe, não faça isso; você é forte, você não...
- Marie, olhe para mim, eu não tenho mais forças... eu não posso mais, me perdoe... Eu te amo, Marie... Sempre amarei.
- DIEGO! N-não, não, não! – Gritava a garota desesperadamente ao ver os olhos do amigo se fecharem e ouvir o aparelho que media seus batimentos cardíacos se estabilizar, e agora... agora não havia mais volta. Os médicos logo vieram retirar o corpo do garoto, enquanto Marie se encolhia na poltrona, sentindo que toda a água do seu corpo se esvaia pelos seus olhos, enquanto tentava voltar para sua cama e dormir de verdade, evitando que tudo isso acontecesse...
- Ele era seu namorado? – perguntou uma voz que parecia pertencer ao dono da mão que acabara de pousar no ombro de Marie, que engolindo os soluços sem abrir os olhos, respondeu:
- N-não, ele era meu m-melhor amigo. E ainda é... – um homem com roupas de médico se abaixou na altura da garota, quando essa abriu os olhos. O homem sorria.
- E você com certeza ainda é a melhor amiga dele, e sempre será. Ele está feliz agora, mas vai ficar triste de ver quem ama chorar... Bem, eu ficaria triste se morresse e meus filhos chorassem. Eu não tenho filhos, mas se tivesse...
- Mas eu n-não vou poder falar com ele, e nunca mais sentirei os ab-braços d-dele... Eu daria tudo para ter ele de volta, era o único que est-tava realmente do meu lado, e agora... s-se foi...
- Ele não se foi, ele vai estar sempre do seu lado. A diferença é que você não vai ver, e não vai acreditar; mas não deixa de ser verdade. – respondeu o homem, ainda sorrindo. Marie achou graça dele, mas não conseguia sorrir. – Sabe, não sou médico. Não sei como consegui, mas roubei essa roupa de médico para visitar minha mãe antes que ela partisse. Está no quarto ao lado, e estava saindo do quarto quando me chamaram para ajudar com seu amigo... Minha mãe também foi para o outro lado, mas sei que ela não ia querer me ver chorando, ela era do tipo durona...
- Mas... sorrir?
- Sim, sorrir. Pra que chorar quando quem amamos está bem? Não acho muito justo. Qual seu nome?
- Marie, e o seu?
- Isso não importa muito... Quer tomar sorvete? Ou comer chocolate, sei que as mulheres adoram comer chocolate quando não estão bem.
- Claro que importa, você sabe meu nome.
- Ok, ok, venceu. Me chamo Oliver, e tenho 30 anos. Sua vez.
- 14 anos, e gosto de sorvete, preciso de um - caso você não vá me seqüestrar ou coisa do tipo. Meu irmão e meu namorado estão lá embaixo, então nem tente, ok?
- S-seu irmão...? – perguntou Oliver receoso, assustando Marie.
- Sim, meu irmão... o que tem de mais nisso?
- Nada, nada... Então, vamos tomar um sorvete?
- Onde teria uma sorveteria aqui perto a essa hora?!
- No último andar desse hospital. Eu sei porque passei bastante tempo lá um tempo atrás...
- O-ok... vamos, então... Oliver. Esse nome não me é estranho, sabe?
- Claro que não, existem vários Oliver por aí, eu com certeza não sou o único! – respondeu o homem, desta vez nervoso.
- Sim, existem. Não precisa ficar nervoso por isso, meu deus! Vamos logo tomar esse sorvete antes que eu perca a vontade. – “ou fuja desse cara estranho” pensou a garota.

P.S.: Se tiver algum erro eu corrijo quando voltar do carnaval! Beijinhos e divirtam-se *-*

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