31 de janeiro de 2011

Irmãos, ou não. - Capítulo II

O carro parou e mais uma vez Caio abriu a porta para Marie. Esta novamente sorriu e agradeceu com um beijo. Desta vez já sabia para onde estava indo e o que iria fazer, e tomando coragem internamente, se despediu de Caio e subiu as escadas da portaria.
- Tem certeza que não quer que eu vá junto, amor? Talvez ele não reaja tão mal, e qualquer coisa eu posso...
- Não, Caio, é melhor eu ir sozinha. Muito obrigada, de verdade amor, mas a gente sempre contou tudo um pro outro, então eu vou conseguir sim. Depois eu te ligo, tá? Te amo muito, até mais.
Sem dar mais atenção ao namorado, entrou no elevador e subiu. Em pouco tempo o elevador chegou ao nono e último andar, e um longo corredor se estendia à direita de Marie, enquanto um bem menor se encontrava à sua esquerda. Ela pegou o caminho da direita, morava no último apartamento daquele corredor, mas chegou lá tão rápido quanto se morasse no primeiro. Eram sete e meia da manhã, será que Dante já teria acordado? Certamente mamãe já fora trabalhar, mas ainda estavam de férias e Dante não costumava acordar tão cedo... Resolveu então ir à cozinha tomar um copo de água; depois tomaria banho e dormiria, ou faria outra coisa qualquer, mas dentro de seu quarto. Trancada. Engraçado como as pessoas resolviam sumir com as coisas quando mais se precisa delas, por que colocariam copos no armário junto dos pratos? Então uma mão quente a segurou pela cintura, fazendo-a largar o copo, que quebrou logo em seguida.
- Oi, mor! – Dante abraçou Marie e beijou o rosto dela. Amassou, melhor dizendo.
- Dan, me fez quebrar o copo! Mamãe vai me matar desse jeito, já é a terceira louça que você me faz quebrar em uma semana! – bronqueou ela, para desmanchar logo em seguida, vendo a cara do irmão. – Desculpa mor, é que fiquei nervosa...
- Desculpada, Marie. Mas faltou uma coisa... – Dante fez biquinho, deixa para que Marie desse nele um selinho. Era costume deles se cumprimentarem assim, menos na frente das pessoas. Ou da mãe.
- Dan... a gente precisa conversar. Calma, calma, não to grávida nem pensando em me matar, mas preciso te contar uma coisa. – tentou tranqüilizá-lo Marie, sem muito sucesso. Vamos pro meu quarto, lá eu te falo. Mamãe já saiu mesmo, né?
- Saiu sim, mor. Tá me deixando preocupado, que aconteceu?
- No quarto eu te conto, vem logo.
- Mas Marie, qual a diferença de ser no quarto, na cozinha, na sala ou no teto? Não tem ninguém aqui!
- Lá é mais... confortável. Dan, vem logo. Senão eu perco a coragem de te contar, por favor!
- Tá bom, tá bom, mor... – Marie subiu as escadas e chegando no quarto, sentou-se na cama, fazendo sinal que Dante se sentasse ao seu lado. – agora me diz, por que precisa de coragem pra me contar seja lá o que for? Sempre confiamos um no outro e contamos tudo um para o outro. Lembra quando você tinha oito anos, e...
- Quer saber o que é ou não? – cortou Marie.
- Tá bem, desculpe. Conta logo senão eu te mordo, e você sabe que eu mordo mesmo! – riu Dante.
- Dan!
- Desculpa, desculpa. Vou ficar quietinho até você terminar de me contar, mor. – Prometeu ele, fazendo sinal de cruz com os dedos e os beijando.
- Melhor assim. Bom, ontem foi meu aniversário, lógico...
- E você preferiu sair com o Caio que ficar aqui com seu irmão e sua mãe, né? Bonito, dona Marie, muito bonito. Mamãe quase chorou, sabia? Ela queria que você ficasse aqui com a gente, íamos fazer uma coisa legal pra você, mas tivemos que adi...
- DANTE!
- Tá bom, desculpa, parei. Depois eu me vingo dele. Aquele... Parei mesmo agora, desculpa. – fez Dante, vendo a cara feia da irmã para ele.
- Muito obrigada. Como eu ia dizendo, ontem foi meu aniversário, e eu e Caio fomos para vários lugares, inclusive a praia, de noite... – Marie fez uma pausa, antes de tomar coragem e continuar. – Foi muito lindo, ele me deu este conjunto de colar e par de brincos, além deste anel de compromisso. Então, nós... – Marie não conseguia mais encarar o irmão, e continuou, falando para as mãos. – nós... fizemos... aquilo. Quer dizer, eu não... eu não sou mais... ah... eu não sou mais virgem, Dan. É isso. Me desculpa, eu... – uma mão calou seus lábios, enquanto um braço a envolvia no peito do irmão. Marie abriu os olhos e os levantando viu que havia lágrimas nos olhos do irmão. Mas este sorria, e não tinha cara de quem estava bravo, nem decepcionado. Apenas... sorria. Como um pai faria ao saber que sua filhinha se tornara mulher. Mas uma culpa corroia Marie, uma culpa que ela mesma não entendia... Talvez não devesse ter cedido ao Caio, porque pertencia ao irmão, e a mais ninguém. Como pôde fazer isso com ele? E agora, o que poderia fazer para compensar o erro? Terminar com Caio? Mas isso a faria infeliz, e Dante não ia gostar de vê-la infeliz. O que fazer, então?
- Dan, me perdoa? Eu... não devia... somos um do outro, e... e...
- Marie, calma, ele é seu namorado, e você não teve culpa de nada. Não houve erros para se ter culpados. Se acalme, mor.
- Mas Dan, nós nos prometemos, e... Espera. Você quebrou a promessa, não foi? Você quebrou, tenho certeza. A Susan sempre foi “a” garota, aposto como ela te fez quebrar a promessa, e você sequer me contou! Eu não sou mais criança, sabe? Você cresceu e eu também! Assim que acontece eu venho te contar tudo, e você me escondeu isso? Não posso acreditar, Dante! Como pôde manter segredo disso comigo?
- Mor, se acalme, por favor! Eu nunca fiz nada com essa Susan, ela que vive no meu pé, mas eu detesto ela. Eu nunca iria querer nada com garotas oferecidas como ela, ainda mais... Não mesmo, por favor se acalme, Marie!
- Mas você não nega que tenha quebrado a promessa. Você mentiu pra mim e me escondeu todo esse tempo. Como pôde, Dan?
- Eu... Marie... mor, me... me desculpa. Eu deveria ter te contado, é verdade... por favor me perdoe, eu conto o que aconteceu. Lembra da Julia, uma menina que vivia comigo e que dizia que era minha namorada?
- Se lembro, aquela piranha me ameaçava e você não fazia nada, né. “Namorada”, sei.
- Fazia sim, eu vivia brigando com ela por isso, mas ela não saía do meu pé de jeito nenhum. Até que teve aquele aniversário dela de quinze anos, que ela me chamou pra ser o príncipe dela e eu fui obrigado a ser. Eu cheguei péssimo em casa naquele dia e até briguei contigo, lembra? Foi porque meus amigos e os dela se juntaram pra me fazer beber um copo de alguma coisa que até hoje eu não sei direito o que era, mas tinha álcool, muito álcool. Depois disso me empurraram pro banheiro feminino e a gente acabou transando. Minha primeira vez não foi bonita como a sua, mor. Não quis te contar uma coisa dessas, desculpe.
- Mor! – Marie o abraçou forte, não conseguindo conter as lágrimas. – Me desculpe por ser tão boba e egoísta, que coisa horrível... – olhou então no fundo dos olhos dele, e sentiu enorme nostalgia ao passar a mão pelo rosto dele, aproximar seu rosto e o beijar. Mas dessa vez não seria só isso; tirou a blusa e a camisa dele, a saia e a bermuda dele...
- Você quer mesmo fazer isso, Marie?
- É minha forma de pedir perdão e de mostrar o quanto confio em você, mor.

Confiança... confiança...

2 comentários:

  1. HUM, EU QUERO, DANTE. VEMKKKKKKKKKKK. :9 AUHAUAIHUIHAUIHAHUIA Ai, parei. Gente, essa foi a melhor parte até agora. Dante sedução, cara. Eu pego e... Tá, parei, de verdade. Não posso ficar postando essas coisas, hum. u.u UHAUIHUIAHU :3

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  2. pode sim, eu deixo =D
    SHUAHSUAHUSHAUSHUAHS
    seduzida pelo Dante, ui! ;9

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