1 de fevereiro de 2011

Irmãos, ou não. - Capítulo III

Agora sim, postarei a - na minha opinião - melhor parte do capítulo III. Aí está *-* :



- Que cedo o que, Dan! São quase oito horas, tá na hora de ela chegar sim! Se veste logo, eu vou tomar banho e você desce. Depois se quiser sobe, você que sabe.
- Meninos, aconteceu alguma coisa?! – gritou a mãe, a voz um pouco mais próxima da porta.
- Não, mãe, tá tudo bem aqui, é que a gente tava resolvendo uma coisa. Eu vou tomar banho, e daqui a pouco o Dante já pega o celular, tá?
- Tá bem então, amores. Olha, o celular parou de tocar, mas eu vou deixar aqui em cima da mesa pra você pegar, tá Dante? Vou no mercado e já volto; amo vocês!
- Também te amamos, mamãe! – disseram em uníssono.
- Ufa, menos uma complicação. Vou pôr a bermuda e pegar o celular, quero saber quem me ligou...
- Então vou tomar banho. Se alguém quiser falar comigo, diz que eu não estou, a menos que seja o... Caio... – Um silêncio constrangedor tomou conta do quarto de Marie naqueles instantes tensos. Até que por fim Marie pegou a toalha e entrou no banheiro, e alguns segundos depois era possível ouvir o barulho da água caindo sobre o piso, mas não sobre o corpo de Marie, que se enrolara na toalha e sentara no chão. Não conseguia parar de chorar, pensando no quanto não sabia o que pensar, sentir ou o que fazer. Suas lágrimas doíam, era como se toda a água do seu corpo somadas àquela que caiam no piso do Box, saíssem ao mesmo tempo de seus olhos, do fundo de sua alma. Mas por que tanto drama? Por que tanta dor? Marie estava confusa, muito confusa... Enxugou as lágrimas e entrou no banho, e aos poucos foi sentindo a vontade de chorar indo embora... deveria estar contente de ter feito quatorze anos, de ter um namorado e uma família que a ama, amigos que se preocupam e estão sempre o mais presente que podem... Mas ela fizera algo errado, de novo. Mais um segredo a se guardar, de tudo e de todos. Teria coragem de contar aos melhores amigos o que acontecera àquela manhã?
Depois de um bom tempo tomando banho, pensando e enxugando algumas lágrimas que tentavam escapar, fechou o chuveiro, se secou e se enrolou na toalha de novo. Saindo do banheiro, ouviu o celular tocar...
- Alô?
- Oi meu amor, tudo bem?
- Tudo sim, amor, e você? – respondeu Marie, tentando fingir uma voz alegre.
- Também, mô. Foi tudo bem aí com seu irmão? Já são nove e meia, você tinha dito que ia me ligar e fiquei preocupado...
- Ah, me descuulpa! Acabei pegando no sono depois de... de... de conversar com o Dan, é. Peguei no sono depois disso, desculpa.
- Tá tudo bem mesmo? O que ele disse, brigou com você ou alguma coisa assim? Você parece nervosa, Marie...
- Não, não, ele não brigou, agiu como sempre age, sorriu e se emocionou, o bobão. Daria um ótimo pai, sabia? – riu Marie. Afinal estava se descontraindo um pouco, será?
- Aposto que daria, ele sempre te tratou assim, não foi? – riu Caio. Estava funcionando, que ótimo! – Mas Marie, você quer sair amanhã? Comprei ingressos para aquele filme que você queria ver, quer ir?
- Claro que quero, amor! Que horas é?
- Quer o que, mor? – Dante chegou por trás, fazendo Marie quase deixar a toalha cair.
- Ai, Dan! Que susto! Caio me chamou pra ir ao cinema às três horas da tarde, amanhã.
- Ah, sim. Claro... – sussurrou Dante, virando de costas e saindo do quarto de cabeça baixa e ar triste.
- Caio, você se importa de me ligar mais tarde? Não, não, tá tudo bem, é só que eu estou um pouco ocupada agora... faz o seguinte, eu te ligo depois. Não se preocupa, dessa vez eu ligo mesmo, prometo! Também te amo, muito mesmo. Até mais, tchau. – Marie Desligou o celular e o deixou em cima da cama, antes de colocar rapidamente uma roupa e ir até o quarto de Dante; mas ele não estava lá. A porta do banheiro estava aberta, o quarto de mamãe vazio, assim como a sala e a cozinha... Deixara o celular largado no sofá, e sumira completamente.
- DANTE! – gritou Marie para o vazio da noite, caindo de joelhos ao lado do sofá, sem conter as lágrimas.

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