- Marie? – Uma voz muito familiar chamava pela garota, acordando-a. A princípio pensou ter vislumbrado um anjo, fantasma, ou algo do tipo, mas era quase isso. Diego sorria para ela de braços abertos, enquanto ela o encarava assustada, sem acreditar.
- Não vai me abraçar, Marie? Estou tão feliz...
A garota estava perplexa, e não conseguia se mover tamanho o susto. Uma luz verde-clara emanava do corpo do garoto – sua cor favorita -, e combinava muito com ele. A luz verde-clara parecia ser mais densa quanto mais próxima estava do corpo dele, e ficava mais suave conforme se estendia, quase sumindo... Alcançava cerca de meio metro, e quando Diego se aproximou de Marie, iluminou-a e a aqueceu. Quando a luz chegou perto o suficiente dela, a garota sentiu como se a luz a tocasse, entrasse dentro dela e a aquecesse, o que a fez despertar do transe em que estava. Ela enfim levantou ainda encarando Diego com espanto.
- É-é você mesmo, Diego?
- E quem mais seria, Marie? – ele continuava sorrindo e com os braços abertos. – Vai me deixar aqui com os braços abertos no vácuo?
A garota se aproximou dele, e conforme o fazia, a sensação que a luz produzia se intensificava, e abraçá-lo transmitia uma sensação indescritível de paz e proteção. Diego parecia tão real...
- Não se preocupe com nada – começou ele -, estou aqui para protegê-la e guiá-la. Eu deveria estar me readaptando ao novo estilo de vida – brincou Diego, sorrindo -, mas sabia que não poderia deixá-la sozinha nunca. Você é a única que pode me ver, ouvir, sentir e tudo o mais, e podemos nos comunicar pelo pensamento - é fácil. Mesmo que eu não esteja por perto, ou você simplesmente não me veja, qualquer coisa que precise é só pensar em mim. Talvez eu não apareça para você, mas ajudarei no que for necessário.
- Estamos dentro de um... sonho?
- Bom, mesmo que estivéssemos, seria real. Não acha?
- É verdade, mas... então é você mesmo? Eu estou acordada e falando com meu melhor amigo que há uma semana eu vi morrer, e agora é meu anjo da guarda, guia espiritual, ou seja lá como se chame? É isso?
- Bom... quase isso... Não sei se sou exatamente seu anjo da guarda, mas algo parecido. Algo como... É, talvez eu seja realmente um tipo de anjo da guarda. – concluiu confuso, coçando a cabeça -, mas por favor não me chame assim, ok? – pediu ele um pouco constrangido. Marie riu.
- Ok, ok! Você não tem asas mesmo, jamais seria um anjo. Tem mais cara de diabinho da guarda, né... – brincou Marie, ainda rindo.
- É, né... sacomé, é até melhor, porque as diabinhas são bem mais....
- Diego!
- Brincadeira, bobinha! – os dois riam juntos agora.
- Quero mais um abraço...- pediu a garota, sorrindo.
- E precisa pedir? – Disse Diego, já abraçando-a forte, levantando-a. Marie gritou e deu um tapa no braço do amigo assim que este a colocou no chão. Ele beijou seu rosto e fez sinal para que saíssem do quarto, mas quando a garota pôs o pé no primeiro degrau da escada, se sentiu tonta e enjoada, e tentou ir até o banheiro, mas vomitou poucos passos depois da escada. Diego amparou-a até o banheiro para limpar o rosto, e aconselhou que tomasse um banho. Enquanto ela tomava o banho, o garoto limpou todo o vômito e preparou um lanchinho com chá para ela. Arrumou em uma bandeja e levou para a suíte de Marie, onde a garota se... vestia.
- DIEGO! – gritou ela assustada, cobrindo-se com a toalha.
- Desculpe, desculpe! Eu não vi nada, juro! – gritou Diego de volta, fechando os olhos.
- Acho bom não ter visto, porque senão...
- Senão o que, vai me bater? – desafiou Diego brincando, ainda sem olhar.
- É, vou te bater. E muito. Nem ligo se vai doer ou não, pelo menos extravaso minha raiva, seu pervertido.
- Que pervertido o que, eu vim trazer lanchinho pra você, garota! – ria Diego.
- Eu tenho nome, tá? E faz o favor de continuar de olhos fechados enquanto pego minha roupa.
- Não sei pra que tanta cerimônia se sou seu... protetor, agora. Mas ok, ok. Você sempre foi chata mesmo...
- Quer ver? Então fique a vontade, se quer tanto assim. Não tenho nada mesmo, que diferença faz, né?
- Claro que não vou olhar, você é minha melhor amiga e agora é também minha protegida, então tenho que te proteger do... dos meus olhos também, sei lá.
- Bobo, já pode abrir os olhos.
- Mas... você tá de sutiã e calcinha ainda, garota! – Se espantou Diego, ao olhar para ela.
- Você já me viu de biquíni, não foi? Deixa de ser criança, Diego! – Marie não parava de rir, achando graça do constrangimento do amigo em vê-la semi-nua.
- Põe logo a roupa, vai acabar ficando...
- Resfriada? Pelo amor de Deus, minha mãe diz essas coisas! Pronto, já to vestida agora, feliz?
- Não, tá só de short. Qual sua dificuldade em colocar uma roupa, Marie?
- Nenhuma. Só acho graça em ver você vermelho por eu estar só de roupa íntima. – fez ela, abraçando o amigo.
- Põe uma blusa, depois me abraça.
- Diego! Já tá exagerando né, nem um abraço eu posso te dar agora?
- Não, não pode. Põe logo uma blusa, por favor!
- Tá bem, tá bem! Já estou completamente vestida, posso te abraçar agora?
- Pode sim – riu ele, abraçando a amiga. – agora lancha logo, antes que o chá esfrie.
Em alguns minutos Marie já havia comido tudo, e Diego pediu que ela se deitasse um pouco. Estava um pouco cuidadoso de mais...
- Onde estão mamãe e Dante que até agora não apareceram? Sequer deram minha falta, como sempre...
- Dante sempre se preocupou com você, talvez Caio tenha avisado que você viria para casa e... ah... é, não sei. Mas eu preciso te contar uma coisa... Na verdade eu deveria te contar mais tarde, mas vejo que já está na hora...
- O quê?!
- Você... hm...
- Eu o quê, Diego?!
- Você está... er... está esperando um bebê.
- É O QUÊ? Está dizendo que eu estou GRÁVIDA?!
- Não grite, por favor!
- D-Diego, eu não posso engravidar agora... minha mãe e meu irmão irão surtar! Olhe minha idade, olhe... Espera. Eu usei camisinha na minha primeira vez, eu me preveni, não tem como ser do Caio.
- Er...
- Respira, Marie. Respira... Você está querendo me dizer que eu estou grávida do Dante? Mas ele é meu irmão, como eu vou contar isso pra alguém? Mamãe nunca poderá saber, não mesmo! O que eu faço agora?! – Desesperou-se Marie, enquanto acariciava a barriga distraidamente, ainda sem acreditar que aquilo estivesse acontecendo.
- Bom, eu diria para você contar ao Caio. Ele entenderá...
- Contar ao Caio? Mas eu acabei de terminar com ele, Diego!
- Ele entenderá, com certeza. É o único que pode te ajudar agora, e nem mesmo o Dante pode saber da verdade; traria sérios problemas. Por enquanto apenas o Caio pode saber, conte a ele, Marie.Conte toda a verdade. Não se esqueça que ele te ama desde o primeiro instante em que a viu...
- Ok, farei isso. Confio em você, e confio nele.
- Obrigado, você sabe que eu jamais lhe faria mal. Agora, o que está esperando?
- O quê, tenho que contar ao Caio agora?
- Quando pretendia fazer isso?
- Ok, ok, eu vou. Mas se ficar tonta ou enjoada de novo quero ver o que você vai fazer, se ninguém pode te ver...
- Eu tenho meus truques, baby. – fez o garoto, com pose de super herói. Marie pulou em cima dele, que a levou nas costas até o elevador. Para a surpresa da garota, Caio a esperava na portaria, com a expressão um pouco abatida. Ele explicou que havia dito à mãe e ao irmão dela que provavelmente estaria em casa ou na praia, e que ele mesmo viria atrás dela. Caio esperava há apenas vinte quinze minutos ali embaixo, pois achou melhor esperar que a garota descesse para falar com ela.
- Quer almoçar comigo? Acho que precisamos conversar um pouco, Marie.
- É, precisamos mesmo... Mas antes você se importa se eu passar na farmácia?
- Claro que não me importo, mas vamos logo?
- Vamos, vamos sim.
A garota abriu o portão, e logo depois Caio segurava a porta do carro para ela, que olhou em volta verificando a presença de Diego. Este sentara-se no banco de trás e agora sorria encorajando-a.
- Quer que eu vá com você ou prefere que eu espere aqui no carro? – perguntou Caio, assim que pararam em frente a uma farmácia
- Não, não; não precisa se incomodar, é coisa rápida. – respondeu Marie, saindo do carro. Logo que entrou na farmácia avistou o teste de gravidez que Luna comprara uma vez e pegou-o.
- Confia em mim, né? – ironizou Diego, com cara de desaprovação para a garota, que respondeu por pensamento, não podendo falar em voz alta para o “nada” no meio de tanta gente.
- Eu confio, mas como vou explicar isso para o Caio? Preciso ter uma prova mais acessível, entende?
- Tudo bem, tudo bem... – cedeu o amigo. É lógico que vão te levar para fazer um exame médico depois, mas é realmente melhor assim. Pague logo, vamos.
Tão logo pegaram uma mesa no restaurante que não ficava muito longe dali, Marie pediu licença e se dirigiu o mais rápido que pôde para o banheiro, fazer o tal teste. Apesar de ser uma situação difícil e muito complicada, a garota sorriu e acariciou a barriga quando verificou que o teste deu “positivo”, confirmando sua gravidez. Diego apareceu ao seu lado, sorrindo também. Ajoelhou-se e beijou a barriga da menina, dizendo em seguida:
- Seja bem-vinda, sobrinha linda.
- É menina, Diego?! – perguntou Marie ansiosa, esquecendo-se de que era a única que podia vê-lo. Mas com o banheiro vazio, isso não fez diferença.
- Tenho quase certeza que sim, foi o que me informaram pelo menos. Que nome vai dar a ela, Marie?
- Anne. Annelies... Sempre gostei desse nome, desde pequena brincava em colocar esse nome em alguma filha minha... – respondeu ela sonhadora.
- E se for menino? –questionou Diego. A garota sorriu ainda mais ao responder, encarando os brilhantes olhos do amigo.
- Diego. E será como você, amigo fiel e leal até mesmo depois da morte.
- E galã também, com certeza.
- Mas é claro, olha a mãe! Como uma criança não vai sair linda e maravilhosa vinda de mim é que eu não sei... Nem que o Dante fosse feio, sinceramente... – brincaram os dois. Só então a garota se deu conta de que alguém a esperava lá fora. – Diego, o Caio! Tenho que ir para lá, senão ele vai achar que estou passando mal ou algo do tipo!
- É verdade, coitado do garoto!
Marie escondeu o teste em um saquinho dentro da bolsa e voltou rapidamente à mesa em que Caio esperava já um tanto impaciente. Após as desculpas da garota, pediram a comida e logo serviam a sobremesa. Comeram a última parte desta, quando Diego deu um toque em Marie.
- Não acha que já é hora de contar?
- Ok, essa é a hora. Não adianta mais adiar... – pensou a garota. Respirou fundo tomando coragem e enfim começou.
- Caio...
- Oi?
- Bom, eu... preciso contar uma coisa à você, mas só vou poder explicar depois.
- Temos muitos assuntos a tratar, na verdade, mas esse parece ser de maior importância. Aqui não é um lugar muito bom para esse tipo de conversas, mas eu sabia que você não havia comido nada, então achei melhor almoçarmos primeiro. Agora por favor prossiga, e desculpe a interrupção.
- Eu vou ser direta, Caio. – Marie fez mais uma pausa em que respirou fundo antes de continuar. – Estou grávida.
30 de março de 2011
26 de março de 2011
Irmãos, ou não. - Capítulo X
Mais uma semana se passou e fariam a missa de sétimo dia de Diego. Uma bobeira na opinião de Marie, mas ele não deixava de ser seu melhor amigo, então mesmo assim levantou-se da cama tão cedo como se fosse para o colégio, já que resolveram fazer a missa no mesmo horário. Segundo os organizadores, era para que as pessoas pudessem ir, já que normalmente iriam à escola nesse horário.
- Tipo, hã? Nada a ver isso, eles realmente não usam muito o cérebro, esse pessoal que organiza essas coisas... Não acha, amiga?
- Luna, dá pra parar? É, não tem sentido isso, mas tem como ficar quieta fazendo favor?! Você não pára de falar nem um segundo, e ele era meu melhor amigo, tem como respeitar? Aliás, ainda é.
- Desculpa, chata. – bufou Luna. Sem agüentar a garota, Marie saiu de perto dela, em direção ao garoto alto e de cabelos pretos e lisos que acabava de chegar. A garota tentou sorrir antes de chegar mais perto de Caio, mas desistiu ao ver que não daria muito certo.
- Sinto muito... – começou o garoto, mas Marie cortou-o logo.
- Não diga isso, ele está melhor agora e tenho certeza... Voltei a falar com Luna por ele, acho que é o melhor que posso fazer, melhor do que pôr flores no caixão ou algo do tipo. – E percebendo que Caio escondia uma rosa atrás do corpo e sorria sem graça, acrescentou:
– Não estou dizendo que ninguém possa colocar flores no caixão, é um ato simbólico, mas eu prefiro agir conforme ele me aconselharia, não é? Linda rosa, essa. Ele deve estar achando graça dessa situação toda, pessoas chorando por ele e colocando flores...
Um ligeiro sorriso apareceu em seu rosto sem que a menina percebesse, então Caio a abraçou forte, o melhor abraço já recebido por Marie. O garoto pegou sua mão e a levou para uma pracinha próxima, em que algumas crianças riam e brincavam como se a morte não estivesse tão perto daquele lugar florido. Sentaram-se em um banquinho embaixo de uma árvore com flores brancas, e os olhares se encontraram no mesmo instante em que uma das flores caiu nos cabelos de Marie. Caio se aproximou sorrindo e ajeitou a flor nos cabelos da menina, sem tirá-la de lá. Seus olhares se encontraram novamente, e agora os dois sorriam abobados um para o outro, enquanto seus rostos se aproximavam, cada vez mais... Seus olhos fechavam, enquanto as respirações ofegantes dos dois se fundiam, e a mão de Caio acariciava o rosto de Marie. Há muito tempo a garota não lembrava como era aquele toque e o sabor que tinham os lábios dele, e quando finalmente as bocas se encostaram era como beijá-lo pela primeira vez... Estava acontecendo exatamente igual ao primeiro encontro dos dois, quase três anos atrás. Ela fora uma garota difícil de ser conquistada, e ele nunca desistira dela, mesmo com a implicância de Dante.
Na cafeteria em que se conheceram ela fora gentil e engraçada, mas como o irmão não gostaria nada se ela o tivesse como algo mais que amigo, logo Marie se tornara ríspida e agressiva com o garoto mais doce do mundo, que sempre inventava todo tipo de desculpas para estar perto dela.
- Eu só tenho onze anos, tem como me deixar em paz?!
- Desculpe se eu a importuno, mas meus olhos nunca se depararam com alguém tão... perfeita. – suspirou Caio, aos quinze anos. – Eu prometo ficar quieto, só sua presença já é suficiente para mim.
- Ok, você pode ficar aí, mas não me atrapalhe ou vou embora e nunca mais olho pra sua cara – “ou para esses lindos olhos”, a garota de pegou pensando furtivamente, e no mesmo instante virou-se e voltou a brincar com mais duas meninas na beira do mar. Enquanto Caio admirava Marie, vez ou outra ela o olhava rapidamente, e ele sorria para ela sempre que isso acontecia. Mas em uma das vezes em que a menina olhava para Caio, a onda pegou-a de surpresa, e seu joelho sangrava quando tentou levantar. O garoto imediatamente correu para ela, e sem dizer nada pegou-a no colo e seguiu para casa, muito perto dali.
- Onde está me levando, garoto?!
- Pra minha casa, é mais perto que a sua.
- Como você sabe onde é minha casa?
- Bom, eu... te vejo saindo e entrando naquele prédio às vezes, com seu irmão e sua mãe...
- E como você sabe que são minha mãe e meu irmão? E se fossem minha tia e... meu namorado?
- Eu tenho minhas fontes – sorriu ele, encantadoramente. – E eu sei que você não tem namorado, ou ele nunca largaria do seu pé. Seu irmão realmente não te larga, mas agora por exemplo, ele estaria aqui, tenho certeza. Pronto, chegamos Marie.
- Já pode me por de pé, Caio.
- Não, não mesmo. Você ainda está machucada, e não quero eu sinta dor... eu te carrego, não se preocupe.
Apesar das reclamações da menina, Caio continuou levando-a no colo, até o sofá da sala de estar de seu apartamento. Ele deu o controle da TV na mão dela, mas Marie não se sentiu a vontade para ligá-la e mudar de canal, então apenas colocou-o na mesinha de centro e continuou quieta, esperando o garoto voltar da cozinha, onde estava sua mãe. Poucos minutos depois, uma mulher bonita de seus trinta e poucos anos veio com uma bandeja com sanduíches, biscoitos e fatias de bolos sorrindo para Marie. Logo atrás vinha Caio, com mais uma bandeja, um pouco menor, com uma jarra de suco e dois copos.
- Aqui está, Marie. Caio vai fazer seu curativo, e depois vamos lanchar, tudo bem? – disse a mulher, colocando a bandeja em cima da mesinha de centro, seguida de Caio. O garoto sorriu para Marie e voltou-se para onde deveria ser o banheiro.
- Não precisava, tia... Muito obrigada, mas realmente não queria incomodar vocês! Caio que me trouxe até aqui, mal tive tempo de respirar e ele já me pegava no colo e me trazia para cá, me desculpe o incômodo, de verdade... – A mãe de Caio sorriu ainda mais, ao dizer:
- Não tem problemas, meu anjinho... ele me explicou tudo, vive falando de você. Falando bem, claro; bem até de mais! Não é incômodo nenhum tê-la aqui em casa, já liguei para a sua mãe e o Caio ficou de te levar em casa, se não se importa.
- Claro que não, qualquer coisa está bom pra mim.
- E eu sou qualquer coisa, é? – Brincou Caio, entrando na sala com um kit de emergência nas mãos.
- C-claro que não, estava brincando, menino! – respondeu ela, nervosa com a repentina aparição de Caio quando estavam falando dele.
- Eu sei, eu sei, não precisa ficar nervosa... Agora me deixe ver seu joelho, vivo fazendo meus próprios curativos.
Algum tempo depois, Marie já ria e brincava descontraída com Caio, conversando sobre filmes, escolas, irmãos, irmãs...
- Você tem uma irmã? – perguntou Marie, um pouco séria.
- Tenho sim, da mesma idade que você. Se chama Carly, e hoje está na casa do papai... – o garoto desfez o sorriso também, sendo notado por Marie.
- Por que essa carinha, não gosta que ela vá para lá? – arriscou a garota.
- Não é isso... Mamãe vive reclamando que eu não vou para lá, mas não nos damos muito bem, entende? Prefiro evitar brigas. É chato começar a semana já extressado, não costuma dar certo. Mas vai ficar tudo bem, não se preocupe. Já está tudo bem, na verdade.
- Tudo bem, então. Mas quando quiser conversar, eu estarei sempre aqui, não importa quanto tempo demore até que tenha terminado de me contar tudo. Eu não vou te julgar nem contar para ninguém, pode ficar tranqüilo.
Caio sorriu, deu um beijo na testa dela e pegou sua mão, descendo as escadas do prédio com ela em direção à pracinha em frente.
- Por que descemos de escada se tem elevadores?
- Para ser mais rápido, vamos.
Chegaram logo na pracinha, onde sentaram-se em um banquinho embaixo de uma árvore com flores brancas, e os olhares se encontraram no mesmo instante em que uma das flores caiu nos cabelos de Marie. Caio se aproximou sorrindo e ajeitou a flor nos cabelos da menina, sem tirá-la de lá. Seus olhares se encontraram novamente, e agora os dois sorriam abobados um para o outro, enquanto seus rostos se aproximavam, cada vez mais... Seus olhos fechavam, enquanto as respirações ofegantes dos dois se fundiam, e a mão de Caio acariciava o rosto de Marie. As bocas enfim se encostaram, como em um segundo primeiro beijo, o primeiro instante da vida de Marie em que a garota esquecera de um pequeno detalhe, ocorrido três anos antes...
- Por que não, Daaan? Você e mamãe disseram que tinha que ter confiança, e você é a pessoa em quem eu mais confio no mundo inteiro. Mas acho que você não confia em mim...
- Claro que confio, que pergunta! – cortou logo Dante, aos doze anos. – Você inventa cada coisa, sabia? Mas eu não ia querer que fizesse isso com outro garoto qualquer, então acho que...
Dante não conseguira completar a fala, pois os olhos de Marie fitavam os seus com tal intensidade, hipnotizando-o. A garota passou a mão direita pelo rosto do irmão enquanto se aproximava dele. Os olhos já haviam se fechado e os lábios lentamente se encontravam...
- A partir de agora – Dante decretou alguns minutos mais tarde, sorrindo. -, somos um do outro.
- E nada nem ninguém mudará isso. – completou a garota, unindo suas mãos com as de Dante.
- Aconteça o que acontecer...
- Prometo ser só sua...
- Prometo ser só seu...
- Para sempre. – os dois sussurraram juntos.
- Não, Caio... – Marie interrompia o beijo. – Nós não podemos continuar juntos, eu... eu não posso mais... – dizia ela, o olhar perdido enquanto se afastava de Caio com, de volta aos quatorze anos.
- Você não me ama mais?
- Eu... eu não posso, Caio... Me desculpe, mas eu não posso... eu nunca pude...
Marie levantou-se e saiu correndo para casa, sem ouvir os berros de Caio chamando por ela. Correndo o mais rápido que pôde, chegou na casa a essa hora ainda vazia, e se largou na cama, dormindo logo em seguida.
- Tipo, hã? Nada a ver isso, eles realmente não usam muito o cérebro, esse pessoal que organiza essas coisas... Não acha, amiga?
- Luna, dá pra parar? É, não tem sentido isso, mas tem como ficar quieta fazendo favor?! Você não pára de falar nem um segundo, e ele era meu melhor amigo, tem como respeitar? Aliás, ainda é.
- Desculpa, chata. – bufou Luna. Sem agüentar a garota, Marie saiu de perto dela, em direção ao garoto alto e de cabelos pretos e lisos que acabava de chegar. A garota tentou sorrir antes de chegar mais perto de Caio, mas desistiu ao ver que não daria muito certo.
- Sinto muito... – começou o garoto, mas Marie cortou-o logo.
- Não diga isso, ele está melhor agora e tenho certeza... Voltei a falar com Luna por ele, acho que é o melhor que posso fazer, melhor do que pôr flores no caixão ou algo do tipo. – E percebendo que Caio escondia uma rosa atrás do corpo e sorria sem graça, acrescentou:
– Não estou dizendo que ninguém possa colocar flores no caixão, é um ato simbólico, mas eu prefiro agir conforme ele me aconselharia, não é? Linda rosa, essa. Ele deve estar achando graça dessa situação toda, pessoas chorando por ele e colocando flores...
Um ligeiro sorriso apareceu em seu rosto sem que a menina percebesse, então Caio a abraçou forte, o melhor abraço já recebido por Marie. O garoto pegou sua mão e a levou para uma pracinha próxima, em que algumas crianças riam e brincavam como se a morte não estivesse tão perto daquele lugar florido. Sentaram-se em um banquinho embaixo de uma árvore com flores brancas, e os olhares se encontraram no mesmo instante em que uma das flores caiu nos cabelos de Marie. Caio se aproximou sorrindo e ajeitou a flor nos cabelos da menina, sem tirá-la de lá. Seus olhares se encontraram novamente, e agora os dois sorriam abobados um para o outro, enquanto seus rostos se aproximavam, cada vez mais... Seus olhos fechavam, enquanto as respirações ofegantes dos dois se fundiam, e a mão de Caio acariciava o rosto de Marie. Há muito tempo a garota não lembrava como era aquele toque e o sabor que tinham os lábios dele, e quando finalmente as bocas se encostaram era como beijá-lo pela primeira vez... Estava acontecendo exatamente igual ao primeiro encontro dos dois, quase três anos atrás. Ela fora uma garota difícil de ser conquistada, e ele nunca desistira dela, mesmo com a implicância de Dante.
Na cafeteria em que se conheceram ela fora gentil e engraçada, mas como o irmão não gostaria nada se ela o tivesse como algo mais que amigo, logo Marie se tornara ríspida e agressiva com o garoto mais doce do mundo, que sempre inventava todo tipo de desculpas para estar perto dela.
- Eu só tenho onze anos, tem como me deixar em paz?!
- Desculpe se eu a importuno, mas meus olhos nunca se depararam com alguém tão... perfeita. – suspirou Caio, aos quinze anos. – Eu prometo ficar quieto, só sua presença já é suficiente para mim.
- Ok, você pode ficar aí, mas não me atrapalhe ou vou embora e nunca mais olho pra sua cara – “ou para esses lindos olhos”, a garota de pegou pensando furtivamente, e no mesmo instante virou-se e voltou a brincar com mais duas meninas na beira do mar. Enquanto Caio admirava Marie, vez ou outra ela o olhava rapidamente, e ele sorria para ela sempre que isso acontecia. Mas em uma das vezes em que a menina olhava para Caio, a onda pegou-a de surpresa, e seu joelho sangrava quando tentou levantar. O garoto imediatamente correu para ela, e sem dizer nada pegou-a no colo e seguiu para casa, muito perto dali.
- Onde está me levando, garoto?!
- Pra minha casa, é mais perto que a sua.
- Como você sabe onde é minha casa?
- Bom, eu... te vejo saindo e entrando naquele prédio às vezes, com seu irmão e sua mãe...
- E como você sabe que são minha mãe e meu irmão? E se fossem minha tia e... meu namorado?
- Eu tenho minhas fontes – sorriu ele, encantadoramente. – E eu sei que você não tem namorado, ou ele nunca largaria do seu pé. Seu irmão realmente não te larga, mas agora por exemplo, ele estaria aqui, tenho certeza. Pronto, chegamos Marie.
- Já pode me por de pé, Caio.
- Não, não mesmo. Você ainda está machucada, e não quero eu sinta dor... eu te carrego, não se preocupe.
Apesar das reclamações da menina, Caio continuou levando-a no colo, até o sofá da sala de estar de seu apartamento. Ele deu o controle da TV na mão dela, mas Marie não se sentiu a vontade para ligá-la e mudar de canal, então apenas colocou-o na mesinha de centro e continuou quieta, esperando o garoto voltar da cozinha, onde estava sua mãe. Poucos minutos depois, uma mulher bonita de seus trinta e poucos anos veio com uma bandeja com sanduíches, biscoitos e fatias de bolos sorrindo para Marie. Logo atrás vinha Caio, com mais uma bandeja, um pouco menor, com uma jarra de suco e dois copos.
- Aqui está, Marie. Caio vai fazer seu curativo, e depois vamos lanchar, tudo bem? – disse a mulher, colocando a bandeja em cima da mesinha de centro, seguida de Caio. O garoto sorriu para Marie e voltou-se para onde deveria ser o banheiro.
- Não precisava, tia... Muito obrigada, mas realmente não queria incomodar vocês! Caio que me trouxe até aqui, mal tive tempo de respirar e ele já me pegava no colo e me trazia para cá, me desculpe o incômodo, de verdade... – A mãe de Caio sorriu ainda mais, ao dizer:
- Não tem problemas, meu anjinho... ele me explicou tudo, vive falando de você. Falando bem, claro; bem até de mais! Não é incômodo nenhum tê-la aqui em casa, já liguei para a sua mãe e o Caio ficou de te levar em casa, se não se importa.
- Claro que não, qualquer coisa está bom pra mim.
- E eu sou qualquer coisa, é? – Brincou Caio, entrando na sala com um kit de emergência nas mãos.
- C-claro que não, estava brincando, menino! – respondeu ela, nervosa com a repentina aparição de Caio quando estavam falando dele.
- Eu sei, eu sei, não precisa ficar nervosa... Agora me deixe ver seu joelho, vivo fazendo meus próprios curativos.
Algum tempo depois, Marie já ria e brincava descontraída com Caio, conversando sobre filmes, escolas, irmãos, irmãs...
- Você tem uma irmã? – perguntou Marie, um pouco séria.
- Tenho sim, da mesma idade que você. Se chama Carly, e hoje está na casa do papai... – o garoto desfez o sorriso também, sendo notado por Marie.
- Por que essa carinha, não gosta que ela vá para lá? – arriscou a garota.
- Não é isso... Mamãe vive reclamando que eu não vou para lá, mas não nos damos muito bem, entende? Prefiro evitar brigas. É chato começar a semana já extressado, não costuma dar certo. Mas vai ficar tudo bem, não se preocupe. Já está tudo bem, na verdade.
- Tudo bem, então. Mas quando quiser conversar, eu estarei sempre aqui, não importa quanto tempo demore até que tenha terminado de me contar tudo. Eu não vou te julgar nem contar para ninguém, pode ficar tranqüilo.
Caio sorriu, deu um beijo na testa dela e pegou sua mão, descendo as escadas do prédio com ela em direção à pracinha em frente.
- Por que descemos de escada se tem elevadores?
- Para ser mais rápido, vamos.
Chegaram logo na pracinha, onde sentaram-se em um banquinho embaixo de uma árvore com flores brancas, e os olhares se encontraram no mesmo instante em que uma das flores caiu nos cabelos de Marie. Caio se aproximou sorrindo e ajeitou a flor nos cabelos da menina, sem tirá-la de lá. Seus olhares se encontraram novamente, e agora os dois sorriam abobados um para o outro, enquanto seus rostos se aproximavam, cada vez mais... Seus olhos fechavam, enquanto as respirações ofegantes dos dois se fundiam, e a mão de Caio acariciava o rosto de Marie. As bocas enfim se encostaram, como em um segundo primeiro beijo, o primeiro instante da vida de Marie em que a garota esquecera de um pequeno detalhe, ocorrido três anos antes...
- Por que não, Daaan? Você e mamãe disseram que tinha que ter confiança, e você é a pessoa em quem eu mais confio no mundo inteiro. Mas acho que você não confia em mim...
- Claro que confio, que pergunta! – cortou logo Dante, aos doze anos. – Você inventa cada coisa, sabia? Mas eu não ia querer que fizesse isso com outro garoto qualquer, então acho que...
Dante não conseguira completar a fala, pois os olhos de Marie fitavam os seus com tal intensidade, hipnotizando-o. A garota passou a mão direita pelo rosto do irmão enquanto se aproximava dele. Os olhos já haviam se fechado e os lábios lentamente se encontravam...
- A partir de agora – Dante decretou alguns minutos mais tarde, sorrindo. -, somos um do outro.
- E nada nem ninguém mudará isso. – completou a garota, unindo suas mãos com as de Dante.
- Aconteça o que acontecer...
- Prometo ser só sua...
- Prometo ser só seu...
- Para sempre. – os dois sussurraram juntos.
- Não, Caio... – Marie interrompia o beijo. – Nós não podemos continuar juntos, eu... eu não posso mais... – dizia ela, o olhar perdido enquanto se afastava de Caio com, de volta aos quatorze anos.
- Você não me ama mais?
- Eu... eu não posso, Caio... Me desculpe, mas eu não posso... eu nunca pude...
Marie levantou-se e saiu correndo para casa, sem ouvir os berros de Caio chamando por ela. Correndo o mais rápido que pôde, chegou na casa a essa hora ainda vazia, e se largou na cama, dormindo logo em seguida.
12 de março de 2011
Irmãos, ou não. - Capítulo X
Uma parte do capítulo pra vocês! Espero que tenham tido um ótimo carnaval, e desejo um excelente final de semana para todos. Obrigada por lerem, beijinhos e até mais :*
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Mais uma semana se passou e fariam a missa de sétimo dia de Diego. Uma bobeira, na opinião de Marie, mas ele não deixava de ser seu melhor amigo, então mesmo assim levantou-se da cama tão cedo como se fosse para o colégio, já que resolveram fazer a missa no mesmo horário do colégio. Segundo os organizadores, era para que as pessoas pudessem ir, já que normalmente iriam ao colégio nesse horário.
- Tipo, hã? Nada a ver isso, eles realmente não usam muito o cérebro, esse pessoal que organiza essas coisas... Não acha, amiga?
- Luna, dá pra parar? É, não tem sentido isso, mas tem como ficar quieta fazendo favor?! Você não para de falar nem um segundo, e ele era meu melhor amigo, tem como respeitar? Aliás, ainda é.
- Desculpa, chata. – bufou Luna. Sem agüentar a garota, Marie saiu de perto dela, em direção ao garoto alto de cabelos pretos e lisos que acabava de chegar. A garota tentou sorrir antes de chegar mais perto de Caio, mas desistiu ao ver que não daria muito certo.
- Sinto muito... – começou o garoto, mas Marie cortou-o logo.
- Não diga isso, ele está melhor agora e tenho certeza... Voltei a falar com Luna por ele, acho que é o melhor que posso fazer, melhor do que pôr flores no caixão ou algo do tipo. – E percebendo que Caio escondia uma rosa atrás do corpo e sorria sem graça, acrescentou:
– Não estou dizendo que ninguém possa colocar flores no caixão, é um ato simbólico, mas eu prefiro agir conforme ele me aconselharia, não é? Linda rosa, essa. Ele deve estar achando graça dessa situação toda, pessoas chorando por ele e colocando flores...
Um ligeiro sorriso apareceu em seu rosto sem que a menina percebesse, então Caio a abraçou forte, o melhor abraço já recebido por Marie. O garoto pegou sua mão e a levou para uma pracinha próxima, em que algumas crianças riam e brincavam como se a morte não estivesse tão perto daquele lugar florido. Sentaram-se em um banquinho embaixo de uma árvore com flores brancas, e os olhares se encontraram no mesmo instante em que uma das flores caiu nos cabelos de Marie. Caio se aproximou sorrindo e ajeitou a flor nos cabelos da menina, sem tirá-la de lá. Seus olhares se encontraram novamente, e agora os dois sorriam abobados um para o outro, enquanto seus rostos se aproximavam, cada vez mais...
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Mais uma semana se passou e fariam a missa de sétimo dia de Diego. Uma bobeira, na opinião de Marie, mas ele não deixava de ser seu melhor amigo, então mesmo assim levantou-se da cama tão cedo como se fosse para o colégio, já que resolveram fazer a missa no mesmo horário do colégio. Segundo os organizadores, era para que as pessoas pudessem ir, já que normalmente iriam ao colégio nesse horário.
- Tipo, hã? Nada a ver isso, eles realmente não usam muito o cérebro, esse pessoal que organiza essas coisas... Não acha, amiga?
- Luna, dá pra parar? É, não tem sentido isso, mas tem como ficar quieta fazendo favor?! Você não para de falar nem um segundo, e ele era meu melhor amigo, tem como respeitar? Aliás, ainda é.
- Desculpa, chata. – bufou Luna. Sem agüentar a garota, Marie saiu de perto dela, em direção ao garoto alto de cabelos pretos e lisos que acabava de chegar. A garota tentou sorrir antes de chegar mais perto de Caio, mas desistiu ao ver que não daria muito certo.
- Sinto muito... – começou o garoto, mas Marie cortou-o logo.
- Não diga isso, ele está melhor agora e tenho certeza... Voltei a falar com Luna por ele, acho que é o melhor que posso fazer, melhor do que pôr flores no caixão ou algo do tipo. – E percebendo que Caio escondia uma rosa atrás do corpo e sorria sem graça, acrescentou:
– Não estou dizendo que ninguém possa colocar flores no caixão, é um ato simbólico, mas eu prefiro agir conforme ele me aconselharia, não é? Linda rosa, essa. Ele deve estar achando graça dessa situação toda, pessoas chorando por ele e colocando flores...
Um ligeiro sorriso apareceu em seu rosto sem que a menina percebesse, então Caio a abraçou forte, o melhor abraço já recebido por Marie. O garoto pegou sua mão e a levou para uma pracinha próxima, em que algumas crianças riam e brincavam como se a morte não estivesse tão perto daquele lugar florido. Sentaram-se em um banquinho embaixo de uma árvore com flores brancas, e os olhares se encontraram no mesmo instante em que uma das flores caiu nos cabelos de Marie. Caio se aproximou sorrindo e ajeitou a flor nos cabelos da menina, sem tirá-la de lá. Seus olhares se encontraram novamente, e agora os dois sorriam abobados um para o outro, enquanto seus rostos se aproximavam, cada vez mais...
11 de março de 2011
4 de março de 2011
Irmãos, ou não. - Capítulo IX
Apressei um pouco as coisas aqui e terminei o capítulo pra postar antes do carnaval, já que vou "viajar"(longa história) *-* Bom carnaval! "se beber não dirija", e favor utilizarem camisinhas, não quero perder leitores por terem que cuidar dos filhos, e nem roubar os pais das crianças G_G obg ;D
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- Dante, seu estúpido, como pôde?! – gritou Marie para o irmão, ao ver Diego desacordado no chão, em frente a porta da casinha. Seu nariz e seu lábio inferior sangravam, e o garoto estava muito pálido.
- Ele tentou me jogar na cerca onde estavam os cachorros, você deveria se preocupar comigo e não com esse idiota que te ajuda a fugir. Ele é doente, quem em sã consciência ajudaria uma garota de quatorze anos a fugir de casa?! Te proíbo de sair com ele terminantemente, Marie!
- Cala a merda da boca, olha o que você fez com ele! Seu idiota, por que não me deixa em paz de uma vez por todas? Já não é o suficiente me fazer chorar por uma semana e enlouquecer, ainda tem que matar meu melhor amigo também? Diego acorda, por favor acorda, você não pode me deixar sozinha com esses idiotas, por favor não me deixa, Diego... – Exclamava a garota, aos prantos. Ajoelhando-se ao lado do corpo do amigo, deitou sobre o peito do mesmo, ainda chorando, e se apavorou ao não ouvir o coração do mesmo bater... – Ch-chama a ambulância, pelo amor de Deus, chama a droga da ambulância! – tentou gritar enquanto soluçava, tentando acordar Diego. – POR QUE AINDA ESTÃO PARADOS, CHAMEM A AMBULÂNCIA! VOCÊ MATOU MEU MELHOR AMIGO, SEU... SEU... DIEGO ACORDA LOGO! POR FAVOR!
Os minutos se passaram, e tudo o que Marie fazia era chorar e chorar... A ambulância chegou, e Dante não teve forças para impedir a garota de acompanhar o corpo de Diego, tampouco Caio pôde fazê-lo. Estranhamente, Ed não estava mais dentro do carro, que agora se encontrava totalmente vazio, apenas as mochilas de Diego e Marie no banco de trás... Os garotos entraram no carro e Caio começou a dirigir, seguindo a ambulância, dentro da qual Marie não parava de chorar, tentando não olhar para o corpo do amigo.
- Caio...
- Oi?
- Você viu o Thomas? Depois que pulei pra tirar a Marie de lá, o cara parece que desapareceu.
- Boa pergunta... Esperava que você me dissesse, Dante.
- Vou ligar pra ele, isso tá muito estranho. - respondeu o outro, com a testa franzida, discando o número de Thomas.
- Não atende, vou mandar sms. Você acha que ele...?
- Não, seria de mais até mesmo pra ele. Mas se tiver sido isso, eu só espero nunca mais dar de cara com ele em lugar nenhum, senão vai ser ele quem vai parar no hospital da próxima vez.
- Eu não quero nem pensar, senão dá merda. Aquele lá me conhece e espero que não tenha acontecido o que eu to pensando.
- Ele deve ter fugido.
- Espero que tenha mesmo só fugido. Acelera aí ou nunca vamos chegar ao hospital a tempo...
- OK, agora me diz o que vamos dizer se perguntarem o que aconteceu, porque dizer a verdade não é a melhor idéia, eu acho.
- A gente diz que tava passando por aqui e achamos ele assim, pronto.
- E vão acreditar?
- Claro que vão, por que não acreditariam?
- Tua blusa tá toda rasgada e você tem ferimentos também, cara.
- Sem problemas – sorriu Dante, pegando a mochila de Diego no banco de trás e tirando uma blusa de dentro dela antes de repor a mochila no banco. – Temos o mesmo tamanho, e ele deixou as coisas aqui atrás. Ninguém vai ver nada.
- E o que você vai fazer com a sua própria blusa? Se vierem investigar a gente se fode caso achem-na por aqui...
- Lixo, conhece?
- É verdade... mas e se virem suas digitais na mochila dele?
- Cara, deixa de ser tão certinho! Eu limpo e tá todo mundo feliz, pronto. Agora em que país fica esse hospital que nunca chega?
- Acabamos de chegar, se acalma.
- Acha mesmo que dizer pra alguém se acalmar quando tá estressado faz a pessoa se acalmar?
- Não... foi mal. É “instinto”, não sei por que todo mundo diz isso, também odeio quando me dizem isso.
- MARIE, ESPERA!
Dante saiu correndo atrás da garota, que acompanhava a maca, ainda chorando. Caio chegou logo em seguida, assim que Dante tentou abraçá-la, mas esta se desvencilhou dos braços do irmão, agarrando o outro, que a abraçou o mais apertado que pôde, afagando seus cabelos e beijando-lhe a testa. Dante virou as costas para os dois, fingindo olhar os médicos levando Diego para dentro do hospital, enquanto disfarçava a raiva e os ciúmes do casal... Quando Marie conseguiu enfim controlar o choro, informou:
- Os médicos disseram que ele está m-muito fraco, e as chances são quase inexist-tentes... Eu te odeio Dante, com todas as minhas forças, eu odeio você.
- Marie, não diga isso... ele é seu irmão, só tentou protegê-la...
- Me proteger, Caio? Me proteger de quê? Tudo isso é culpa dele, e na verdade sua também. Mas admito que você tenha mais razão que ele e por isso não estou tão brava contigo. Mas você, Dante... você o m-matou! Obrigada, muito obrigada!
- Diga isso à mamãe quando chegar em casa, vamos ver o que ela te responde.
- Você não está pensando em me levar de volta para casa, está? E desde quando resolvemos nossos problemas com a intervenção de mamãe?! Eu não volto pra lá de jeito nenhum até o Diego se recuperar...
- Ele não vai, pode parar de se iludir. Ele está morto e ponto final.
- Dante, não diga isso à ela! – espantou-se Caio. – O que deu em você para falar essas coisas?!
- Cala a boca, antes que eu te dê um soco. Ou vários.
Só então Marie compreendeu, e aproximando-se do irmão, pôs a mão em seu rosto e o aproximou do dela olhando-o nos olhos. Com a voz mais carinhosa que pôde, sussurrou de modo que só ele ouvisse:
- Dan, eu te amo... Meu primeiro beijo e todas as coisas importantes que me aconteceram foram contigo, lembra? Ainda estou muito puta pelo Diego, mas eu jamais conseguiria te odiar e você sabe disso, Dan... Não desconte no Caio o que é nosso, meu amor.
- Vocês são namorados. Eu não gosto disso.
A garota largou o rosto do irmão e abandonando a voz mansa, afastou-se um passo antes de dizer:
- Se você ignora meus sentimentos e passa por cima de tudo e de todos para aumentar seu ego, só tenho a lamentar pela sua imaturidade, Dante. – E dizendo isso, saiu marchando para a recepção do hospital, se informar sobre Diego. A família do garoto não era rica, mas também nunca lhes faltou nada, podendo pagar um ótimo hospital para os filhos. A recepcionista informou que ele estava em um quarto, e depois de muitas explicações, permitiu que Marie subisse para vê-lo. Ele estava muito pálido, e sua respiração era extremamente fraca. A menina chegou perto do amigo e sentou-se na poltrona ao lado da cama. Colocou uma mão sobre a outra do garoto, que estava muito gelada. Apoiando a cabeça na pontinha na cama, sentiu a mão de Diego se mexer com muita dificuldade, então uma voz tão fraca quando sua respiração foi ouvida por Marie.
- Me desculpe...
- Diego! – exclamou ela sorrindo, abraçando o amigo – você ainda está vivo, não sabe o quanto isso me deixa feliz!
- Marie, ouça... – pediu o garoto, em tom sério.
- O-o que foi, Diego? – preocupou-se Marie, apagando imediatamente o breve sorriso do rosto.
- Me perdoe, não consegui ajudá-la a fugir, e...
- Não há motivos para se desculpar, você fez muito além do que devia por mim! E agora olhe o estado em que meu irmão te deixou, eu é que te devo muitas desculpas...
- Não foi só o Dante, Marie...
- O CAIO TAMBÉM TE...
- Não, o Caio não me fez nada... não se estresse, Marie... e me prometa que ficará bem e feliz sem mim, ao lado de quem ama...
- S-sem você? Diego... – e mais uma vez as lágrimas voltaram a lavar o rosto da garota, que a cada segundo desejava mais e mais estar apenas tendo um pesadelo.
- Você não me deve desculpas, foi minha culpa... Prometa-me o que eu lhe pedi e diga mais uma vez que me ama, e ficarei em paz...
- Diego, não...!
- Me prometa, por favor...
- Eu... eu prometo, eu te amo! Você é para sempre um melhor amigo, eu te amo, eu te amo! – sussurrava aos prantos – Mas você não pode! Diego, não me deixe, não faça isso; você é forte, você não...
- Marie, olhe para mim, eu não tenho mais forças... eu não posso mais, me perdoe... Eu te amo, Marie... Sempre amarei.
- DIEGO! N-não, não, não! – Gritava a garota desesperadamente ao ver os olhos do amigo se fecharem e ouvir o aparelho que media seus batimentos cardíacos se estabilizar, e agora... agora não havia mais volta. Os médicos logo vieram retirar o corpo do garoto, enquanto Marie se encolhia na poltrona, sentindo que toda a água do seu corpo se esvaia pelos seus olhos, enquanto tentava voltar para sua cama e dormir de verdade, evitando que tudo isso acontecesse...
- Ele era seu namorado? – perguntou uma voz que parecia pertencer ao dono da mão que acabara de pousar no ombro de Marie, que engolindo os soluços sem abrir os olhos, respondeu:
- N-não, ele era meu m-melhor amigo. E ainda é... – um homem com roupas de médico se abaixou na altura da garota, quando essa abriu os olhos. O homem sorria.
- E você com certeza ainda é a melhor amiga dele, e sempre será. Ele está feliz agora, mas vai ficar triste de ver quem ama chorar... Bem, eu ficaria triste se morresse e meus filhos chorassem. Eu não tenho filhos, mas se tivesse...
- Mas eu n-não vou poder falar com ele, e nunca mais sentirei os ab-braços d-dele... Eu daria tudo para ter ele de volta, era o único que est-tava realmente do meu lado, e agora... s-se foi...
- Ele não se foi, ele vai estar sempre do seu lado. A diferença é que você não vai ver, e não vai acreditar; mas não deixa de ser verdade. – respondeu o homem, ainda sorrindo. Marie achou graça dele, mas não conseguia sorrir. – Sabe, não sou médico. Não sei como consegui, mas roubei essa roupa de médico para visitar minha mãe antes que ela partisse. Está no quarto ao lado, e estava saindo do quarto quando me chamaram para ajudar com seu amigo... Minha mãe também foi para o outro lado, mas sei que ela não ia querer me ver chorando, ela era do tipo durona...
- Mas... sorrir?
- Sim, sorrir. Pra que chorar quando quem amamos está bem? Não acho muito justo. Qual seu nome?
- Marie, e o seu?
- Isso não importa muito... Quer tomar sorvete? Ou comer chocolate, sei que as mulheres adoram comer chocolate quando não estão bem.
- Claro que importa, você sabe meu nome.
- Ok, ok, venceu. Me chamo Oliver, e tenho 30 anos. Sua vez.
- 14 anos, e gosto de sorvete, preciso de um - caso você não vá me seqüestrar ou coisa do tipo. Meu irmão e meu namorado estão lá embaixo, então nem tente, ok?
- S-seu irmão...? – perguntou Oliver receoso, assustando Marie.
- Sim, meu irmão... o que tem de mais nisso?
- Nada, nada... Então, vamos tomar um sorvete?
- Onde teria uma sorveteria aqui perto a essa hora?!
- No último andar desse hospital. Eu sei porque passei bastante tempo lá um tempo atrás...
- O-ok... vamos, então... Oliver. Esse nome não me é estranho, sabe?
- Claro que não, existem vários Oliver por aí, eu com certeza não sou o único! – respondeu o homem, desta vez nervoso.
- Sim, existem. Não precisa ficar nervoso por isso, meu deus! Vamos logo tomar esse sorvete antes que eu perca a vontade. – “ou fuja desse cara estranho” pensou a garota.
P.S.: Se tiver algum erro eu corrijo quando voltar do carnaval! Beijinhos e divirtam-se *-*
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- Dante, seu estúpido, como pôde?! – gritou Marie para o irmão, ao ver Diego desacordado no chão, em frente a porta da casinha. Seu nariz e seu lábio inferior sangravam, e o garoto estava muito pálido.
- Ele tentou me jogar na cerca onde estavam os cachorros, você deveria se preocupar comigo e não com esse idiota que te ajuda a fugir. Ele é doente, quem em sã consciência ajudaria uma garota de quatorze anos a fugir de casa?! Te proíbo de sair com ele terminantemente, Marie!
- Cala a merda da boca, olha o que você fez com ele! Seu idiota, por que não me deixa em paz de uma vez por todas? Já não é o suficiente me fazer chorar por uma semana e enlouquecer, ainda tem que matar meu melhor amigo também? Diego acorda, por favor acorda, você não pode me deixar sozinha com esses idiotas, por favor não me deixa, Diego... – Exclamava a garota, aos prantos. Ajoelhando-se ao lado do corpo do amigo, deitou sobre o peito do mesmo, ainda chorando, e se apavorou ao não ouvir o coração do mesmo bater... – Ch-chama a ambulância, pelo amor de Deus, chama a droga da ambulância! – tentou gritar enquanto soluçava, tentando acordar Diego. – POR QUE AINDA ESTÃO PARADOS, CHAMEM A AMBULÂNCIA! VOCÊ MATOU MEU MELHOR AMIGO, SEU... SEU... DIEGO ACORDA LOGO! POR FAVOR!
Os minutos se passaram, e tudo o que Marie fazia era chorar e chorar... A ambulância chegou, e Dante não teve forças para impedir a garota de acompanhar o corpo de Diego, tampouco Caio pôde fazê-lo. Estranhamente, Ed não estava mais dentro do carro, que agora se encontrava totalmente vazio, apenas as mochilas de Diego e Marie no banco de trás... Os garotos entraram no carro e Caio começou a dirigir, seguindo a ambulância, dentro da qual Marie não parava de chorar, tentando não olhar para o corpo do amigo.
- Caio...
- Oi?
- Você viu o Thomas? Depois que pulei pra tirar a Marie de lá, o cara parece que desapareceu.
- Boa pergunta... Esperava que você me dissesse, Dante.
- Vou ligar pra ele, isso tá muito estranho. - respondeu o outro, com a testa franzida, discando o número de Thomas.
- Não atende, vou mandar sms. Você acha que ele...?
- Não, seria de mais até mesmo pra ele. Mas se tiver sido isso, eu só espero nunca mais dar de cara com ele em lugar nenhum, senão vai ser ele quem vai parar no hospital da próxima vez.
- Eu não quero nem pensar, senão dá merda. Aquele lá me conhece e espero que não tenha acontecido o que eu to pensando.
- Ele deve ter fugido.
- Espero que tenha mesmo só fugido. Acelera aí ou nunca vamos chegar ao hospital a tempo...
- OK, agora me diz o que vamos dizer se perguntarem o que aconteceu, porque dizer a verdade não é a melhor idéia, eu acho.
- A gente diz que tava passando por aqui e achamos ele assim, pronto.
- E vão acreditar?
- Claro que vão, por que não acreditariam?
- Tua blusa tá toda rasgada e você tem ferimentos também, cara.
- Sem problemas – sorriu Dante, pegando a mochila de Diego no banco de trás e tirando uma blusa de dentro dela antes de repor a mochila no banco. – Temos o mesmo tamanho, e ele deixou as coisas aqui atrás. Ninguém vai ver nada.
- E o que você vai fazer com a sua própria blusa? Se vierem investigar a gente se fode caso achem-na por aqui...
- Lixo, conhece?
- É verdade... mas e se virem suas digitais na mochila dele?
- Cara, deixa de ser tão certinho! Eu limpo e tá todo mundo feliz, pronto. Agora em que país fica esse hospital que nunca chega?
- Acabamos de chegar, se acalma.
- Acha mesmo que dizer pra alguém se acalmar quando tá estressado faz a pessoa se acalmar?
- Não... foi mal. É “instinto”, não sei por que todo mundo diz isso, também odeio quando me dizem isso.
- MARIE, ESPERA!
Dante saiu correndo atrás da garota, que acompanhava a maca, ainda chorando. Caio chegou logo em seguida, assim que Dante tentou abraçá-la, mas esta se desvencilhou dos braços do irmão, agarrando o outro, que a abraçou o mais apertado que pôde, afagando seus cabelos e beijando-lhe a testa. Dante virou as costas para os dois, fingindo olhar os médicos levando Diego para dentro do hospital, enquanto disfarçava a raiva e os ciúmes do casal... Quando Marie conseguiu enfim controlar o choro, informou:
- Os médicos disseram que ele está m-muito fraco, e as chances são quase inexist-tentes... Eu te odeio Dante, com todas as minhas forças, eu odeio você.
- Marie, não diga isso... ele é seu irmão, só tentou protegê-la...
- Me proteger, Caio? Me proteger de quê? Tudo isso é culpa dele, e na verdade sua também. Mas admito que você tenha mais razão que ele e por isso não estou tão brava contigo. Mas você, Dante... você o m-matou! Obrigada, muito obrigada!
- Diga isso à mamãe quando chegar em casa, vamos ver o que ela te responde.
- Você não está pensando em me levar de volta para casa, está? E desde quando resolvemos nossos problemas com a intervenção de mamãe?! Eu não volto pra lá de jeito nenhum até o Diego se recuperar...
- Ele não vai, pode parar de se iludir. Ele está morto e ponto final.
- Dante, não diga isso à ela! – espantou-se Caio. – O que deu em você para falar essas coisas?!
- Cala a boca, antes que eu te dê um soco. Ou vários.
Só então Marie compreendeu, e aproximando-se do irmão, pôs a mão em seu rosto e o aproximou do dela olhando-o nos olhos. Com a voz mais carinhosa que pôde, sussurrou de modo que só ele ouvisse:
- Dan, eu te amo... Meu primeiro beijo e todas as coisas importantes que me aconteceram foram contigo, lembra? Ainda estou muito puta pelo Diego, mas eu jamais conseguiria te odiar e você sabe disso, Dan... Não desconte no Caio o que é nosso, meu amor.
- Vocês são namorados. Eu não gosto disso.
A garota largou o rosto do irmão e abandonando a voz mansa, afastou-se um passo antes de dizer:
- Se você ignora meus sentimentos e passa por cima de tudo e de todos para aumentar seu ego, só tenho a lamentar pela sua imaturidade, Dante. – E dizendo isso, saiu marchando para a recepção do hospital, se informar sobre Diego. A família do garoto não era rica, mas também nunca lhes faltou nada, podendo pagar um ótimo hospital para os filhos. A recepcionista informou que ele estava em um quarto, e depois de muitas explicações, permitiu que Marie subisse para vê-lo. Ele estava muito pálido, e sua respiração era extremamente fraca. A menina chegou perto do amigo e sentou-se na poltrona ao lado da cama. Colocou uma mão sobre a outra do garoto, que estava muito gelada. Apoiando a cabeça na pontinha na cama, sentiu a mão de Diego se mexer com muita dificuldade, então uma voz tão fraca quando sua respiração foi ouvida por Marie.
- Me desculpe...
- Diego! – exclamou ela sorrindo, abraçando o amigo – você ainda está vivo, não sabe o quanto isso me deixa feliz!
- Marie, ouça... – pediu o garoto, em tom sério.
- O-o que foi, Diego? – preocupou-se Marie, apagando imediatamente o breve sorriso do rosto.
- Me perdoe, não consegui ajudá-la a fugir, e...
- Não há motivos para se desculpar, você fez muito além do que devia por mim! E agora olhe o estado em que meu irmão te deixou, eu é que te devo muitas desculpas...
- Não foi só o Dante, Marie...
- O CAIO TAMBÉM TE...
- Não, o Caio não me fez nada... não se estresse, Marie... e me prometa que ficará bem e feliz sem mim, ao lado de quem ama...
- S-sem você? Diego... – e mais uma vez as lágrimas voltaram a lavar o rosto da garota, que a cada segundo desejava mais e mais estar apenas tendo um pesadelo.
- Você não me deve desculpas, foi minha culpa... Prometa-me o que eu lhe pedi e diga mais uma vez que me ama, e ficarei em paz...
- Diego, não...!
- Me prometa, por favor...
- Eu... eu prometo, eu te amo! Você é para sempre um melhor amigo, eu te amo, eu te amo! – sussurrava aos prantos – Mas você não pode! Diego, não me deixe, não faça isso; você é forte, você não...
- Marie, olhe para mim, eu não tenho mais forças... eu não posso mais, me perdoe... Eu te amo, Marie... Sempre amarei.
- DIEGO! N-não, não, não! – Gritava a garota desesperadamente ao ver os olhos do amigo se fecharem e ouvir o aparelho que media seus batimentos cardíacos se estabilizar, e agora... agora não havia mais volta. Os médicos logo vieram retirar o corpo do garoto, enquanto Marie se encolhia na poltrona, sentindo que toda a água do seu corpo se esvaia pelos seus olhos, enquanto tentava voltar para sua cama e dormir de verdade, evitando que tudo isso acontecesse...
- Ele era seu namorado? – perguntou uma voz que parecia pertencer ao dono da mão que acabara de pousar no ombro de Marie, que engolindo os soluços sem abrir os olhos, respondeu:
- N-não, ele era meu m-melhor amigo. E ainda é... – um homem com roupas de médico se abaixou na altura da garota, quando essa abriu os olhos. O homem sorria.
- E você com certeza ainda é a melhor amiga dele, e sempre será. Ele está feliz agora, mas vai ficar triste de ver quem ama chorar... Bem, eu ficaria triste se morresse e meus filhos chorassem. Eu não tenho filhos, mas se tivesse...
- Mas eu n-não vou poder falar com ele, e nunca mais sentirei os ab-braços d-dele... Eu daria tudo para ter ele de volta, era o único que est-tava realmente do meu lado, e agora... s-se foi...
- Ele não se foi, ele vai estar sempre do seu lado. A diferença é que você não vai ver, e não vai acreditar; mas não deixa de ser verdade. – respondeu o homem, ainda sorrindo. Marie achou graça dele, mas não conseguia sorrir. – Sabe, não sou médico. Não sei como consegui, mas roubei essa roupa de médico para visitar minha mãe antes que ela partisse. Está no quarto ao lado, e estava saindo do quarto quando me chamaram para ajudar com seu amigo... Minha mãe também foi para o outro lado, mas sei que ela não ia querer me ver chorando, ela era do tipo durona...
- Mas... sorrir?
- Sim, sorrir. Pra que chorar quando quem amamos está bem? Não acho muito justo. Qual seu nome?
- Marie, e o seu?
- Isso não importa muito... Quer tomar sorvete? Ou comer chocolate, sei que as mulheres adoram comer chocolate quando não estão bem.
- Claro que importa, você sabe meu nome.
- Ok, ok, venceu. Me chamo Oliver, e tenho 30 anos. Sua vez.
- 14 anos, e gosto de sorvete, preciso de um - caso você não vá me seqüestrar ou coisa do tipo. Meu irmão e meu namorado estão lá embaixo, então nem tente, ok?
- S-seu irmão...? – perguntou Oliver receoso, assustando Marie.
- Sim, meu irmão... o que tem de mais nisso?
- Nada, nada... Então, vamos tomar um sorvete?
- Onde teria uma sorveteria aqui perto a essa hora?!
- No último andar desse hospital. Eu sei porque passei bastante tempo lá um tempo atrás...
- O-ok... vamos, então... Oliver. Esse nome não me é estranho, sabe?
- Claro que não, existem vários Oliver por aí, eu com certeza não sou o único! – respondeu o homem, desta vez nervoso.
- Sim, existem. Não precisa ficar nervoso por isso, meu deus! Vamos logo tomar esse sorvete antes que eu perca a vontade. – “ou fuja desse cara estranho” pensou a garota.
P.S.: Se tiver algum erro eu corrijo quando voltar do carnaval! Beijinhos e divirtam-se *-*
1 de março de 2011
Personagens principais desenhados pelo nii-san!
Pessoas lindas, olha que legal *-* Meu nii-san (Evan =D) desenhou o Dante, a Marie e o Caio mais ou menos como eu os imagino para fazer um post de recomendação da minha história no blog dele (link aqui), e eu roubei a imagem para mostrar pra vocês!
Eu imagino a Marie com menos seios, e os olhos do Caio são pretos, assim como os da Marie são verde-escuro e os do Dante castanho-claro, mas fora isso o desenho tá perfeito, não é? *-* Ainda estou com ciúmes, então não consigo falar coisas mais fofas(ele entende g.g), mas eu queria muito agradecer não só por desenhar e indicar a história, mas também por me aguentar com todas as minhas crises malucas u.u Quando a gente tirar foto eu faço um mega post pra ele também, tá? G_G Mas saiba que eu te amo muito, nii-san, você mora no meu esse dois <3
Eu imagino a Marie com menos seios, e os olhos do Caio são pretos, assim como os da Marie são verde-escuro e os do Dante castanho-claro, mas fora isso o desenho tá perfeito, não é? *-* Ainda estou com ciúmes, então não consigo falar coisas mais fofas(ele entende g.g), mas eu queria muito agradecer não só por desenhar e indicar a história, mas também por me aguentar com todas as minhas crises malucas u.u Quando a gente tirar foto eu faço um mega post pra ele também, tá? G_G Mas saiba que eu te amo muito, nii-san, você mora no meu esse dois <3
Irmãos, ou não. - Capítulo VIII
Dessa vez, o capítulo inteiro para vocês! Sei que tenho demorado muito para atualizar o blog, mas eu ainda estou meio enrolada, então peço desculpas e um pouco de paciência até eu conseguir me organizar... Sem mais delongas, aqui vai a história:
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Assim que o relógio bateu meia-noite, Marie levantou-se da cama e colocou a roupa que separara mais cedo ao lado da mochila, contendo os itens mais importantes. O celular no bolso vibrou – era o sinal de Diego. Terminou de rabiscar um bilhete dizendo que precisara chegar mais cedo na escola para estudar ou algo do tipo, pegou a mochila e desceu para prender o bilhete na porta da geladeira antes de descer as escadas silenciosamente e abrir a porta sem fazer barulho, deixando as chaves do lado de fora propositalmente depois de trancá-la com cuidado. Desceu as escadas e dirigiu-se até o portão dos fundos, de onde pôde ver o amigo do outro lado da rua. Piscou duas vezes a pequena lanterna que trazia na mão, chamando a atenção de Diego, que logo correu ao encontro da amiga, ajudando-a a pular o portão não muito alto. Sem fazer barulho algum, correram o mais rápido que puderam de encontro a um discreto carro preto parado na esquina. Assim que entraram, Marie foi logo perguntando:
- Então, a onde vamos?
- Você já vai saber; fica há menos de uma hora daqui. Ah e, antes que eu me esqueça, esse é o Ed e será seu motorista por enquanto.
- Oi. – cumprimentou Ed timidamente.
- Ah... motorista, Diego?
- Não se preocupe – respondeu Diego em voz baixa -, ele é de confiança. Mas qualquer coisa que precisar, é só me avisar por esse Pager ou pelo radinho nele embutido.
O garoto então colocou discretamente o Pager na mochila da amiga, que ainda o olhava receosa. Percebendo o sentimento da amiga, Diego a abraçou forte e prometeu:
- Vai ficar tudo bem, eu garanto. Irei te ver sempre que possível e qualquer coisa eu digo que vou dormir na casa de alguém e passo alguns dias lá. Mas você vai ver que não tem com o que se preocupar no lugar que vai ficar. Além do mais, suas companhias te darão segurança máxima. - Completou, segurando o rosto da amiga e sorrindo para ela antes de beijar-lhe o rosto.
- Companhias?! Diego, o que voc...
- Calma, calma; quando chegarmos você entenderá. Ou acha que eu ia te meter em roubada? - brincou ele.
- Bobinho, eu confio em você! – sorriu a garota, descontraindo um pouco. Afinal, estava com Diego, e se esquecera disso...
A viagem não fora muito longa, e alguns minutos depois, em que Diego conseguiu animar a amiga, chegaram à frente a um prédio muito alto, de aparência comercial. Marie continuava sem entender, mas por algum motivo achou melhor não perguntar. Estava parada admirando o prédio, quando de repente sentiu uma mão arrastá-la rapidamente para o lado, fazendo-a gritar por um milésimo de segundo, antes que outra mão tapasse sua boca; mas quando pararam em frente à uma casinha bem simples mas bonitinha, pôde ver que era Diego e continuou sem entender...
- DIE...! –outra vez teve sua boca tapada, mas dessa vez o amigo a abraçou antes de falar baixinho em seu ouvido.
- Marie, se você continuar berrando eu vou ter que amordaçar você e te carregar no colo até lá, porque senão acorda todo mundo e aí o plano vai por água abaixo, meu anjo! – falou ele sério, mas com um certo sorrisinho nos lábios.
- Desculpa, mas eu... – A garota estacou onde estava no mesmo instante, como se virasse uma estátua. Apenas seus olhos se moviam, de uma esquina da rua para a outra, lentamente... Assustado, o amigo virou-se e tentou acompanhar os olhos de Marie, e teve um grande choque ao perceber que os três garotos que passavam por ali naquele exato instante eram Dante, Caio e Thomas! Mas, peraí... CAIO?! Passados quase cinco segundos de choque, em que os garotos, distraídos, não viram nada do que se passava do outro lado da rua, Diego pegou Marie e escondeu os dois dentro do carro até que a rua estivesse novamente vazia. A menina continuava em estado de choque, então ele pegou-a no colo e correu um pouco até o portão da casinha e abriu o mais silenciosamente que pode, quando as chaves caem no chão, e escorregam até um outro portãozinho, fazendo um barulho mínimo, mas suficiente para acordar um cão que dormia ali. O animal começou a latir muito alto, e apesar da agilidade do garoto, Diego não conseguiu pegar a chave do chão rápido o suficiente para que os outros três garotos que com o barulho vieram à tona saber o que havia acontecido não os vissem tentar abrir a porta.
- MARIE! – gritaram Dante e Caio em uníssono. O primeiro pulou o portão seguido do segundo, e só então a menina recuperou-se do choque e começou a correr para todos os lados, tentando fugir dos garotos que... a pegaram no colo e mesmo enquanto era socado, Caio não a largava de jeito nenhum, correndo em direção só Deus sabia qual. Enquanto Caio corria, Marie podia ver Dante e Diego brigando ao longe, e seus gritos pelos dois eram inúteis, quando talvez nem mais a ouvissem.
- ME LARGA, CAIO! ME LARGA, EU NÃO QUERO IR PRA CASA, EU NÃO QUERO! ME LARGA, POR FAVOR!
- Marie, ficar gritando no meu ouvido não vai me fazer largar você! – Exclamou o garoto em voz baixa, parando e colocando-a no chão. – O que pensa que estava fazendo, pode me dizer?
- EU?! Vocês decidiram me ignorar e eu nem sei se você já não arranjou outra garota, sem contar que eu não agüento ficar sozinha em casa com a mamãe nessas situações e você sabe disso, Caio! Agora, olha que legal da parte de vocês, meu melhor amigo e o único que me ajudou nessa história toda está apanhando do meu irmão! Se é que ele ainda se considera meu irmão, né...
- Marie, Escuta! Depois daquele dia você não sabe o que aconteceu então não tire conclusões precipitadas. Ninguém está certo nessa história não, porque todo mundo fez merda, tanto eu como você, como o Dante. E o seu irmão também está apanhando, caso você não saiba que numa briga com dois garotos daquele porte, os dois vão bater e apanhar. Fugir de casa... você realmente não existe garota! Acha que é assim que se resolve tudo? E onde o Diego estava com a cabeça para te apoiar nisso? Duvido que seu irmão deixe vocês dois se encontrarem de novo, se quer saber. – Caio fez uma pequena pausa, olhando na direção de onde vinham, até que notou o rosto da garota. - Não, Marie, não... Não chore Marie, por favor... Me desculpe, eu não quis ser rude com você, mas fiquei muito preocupado e nervoso com isso tudo, por favor... vem aqui, vem. – Chamou ele, puxando-a para um forte abraço. De todas as coisas que gostava em Caio, essa era a principal: seu abraço. Depois dos de Dante, os abraços de Caio eram os melhores que ela jamais sentira; aqueciam-na como um cobertor quentinho, e ao mesmo tempo faziam suas lágrimas secarem, e podia se sentir confortável como se deitasse em uma cama. De repente a garota foi puxada pelos braços que mais amava no mundo, em todos os sentidos. Mas ao contrário dos abraços de Caio, os de Dante a fizeram chorar ainda mais, por tudo que havia acontecido. Porém, passados menos de dois minutos, ela se deu conta de que havia algo errado, e engolindo o choro se desvencilhou dos braços do irmão.
- Dante, onde está o Diego? – perguntou seca. No mesmo instante, o garoto fechou a cara.
P.S.: Não coube toda a "emoção" que eu prometi num só capítulo, desculpem ):
_
Assim que o relógio bateu meia-noite, Marie levantou-se da cama e colocou a roupa que separara mais cedo ao lado da mochila, contendo os itens mais importantes. O celular no bolso vibrou – era o sinal de Diego. Terminou de rabiscar um bilhete dizendo que precisara chegar mais cedo na escola para estudar ou algo do tipo, pegou a mochila e desceu para prender o bilhete na porta da geladeira antes de descer as escadas silenciosamente e abrir a porta sem fazer barulho, deixando as chaves do lado de fora propositalmente depois de trancá-la com cuidado. Desceu as escadas e dirigiu-se até o portão dos fundos, de onde pôde ver o amigo do outro lado da rua. Piscou duas vezes a pequena lanterna que trazia na mão, chamando a atenção de Diego, que logo correu ao encontro da amiga, ajudando-a a pular o portão não muito alto. Sem fazer barulho algum, correram o mais rápido que puderam de encontro a um discreto carro preto parado na esquina. Assim que entraram, Marie foi logo perguntando:
- Então, a onde vamos?
- Você já vai saber; fica há menos de uma hora daqui. Ah e, antes que eu me esqueça, esse é o Ed e será seu motorista por enquanto.
- Oi. – cumprimentou Ed timidamente.
- Ah... motorista, Diego?
- Não se preocupe – respondeu Diego em voz baixa -, ele é de confiança. Mas qualquer coisa que precisar, é só me avisar por esse Pager ou pelo radinho nele embutido.
O garoto então colocou discretamente o Pager na mochila da amiga, que ainda o olhava receosa. Percebendo o sentimento da amiga, Diego a abraçou forte e prometeu:
- Vai ficar tudo bem, eu garanto. Irei te ver sempre que possível e qualquer coisa eu digo que vou dormir na casa de alguém e passo alguns dias lá. Mas você vai ver que não tem com o que se preocupar no lugar que vai ficar. Além do mais, suas companhias te darão segurança máxima. - Completou, segurando o rosto da amiga e sorrindo para ela antes de beijar-lhe o rosto.
- Companhias?! Diego, o que voc...
- Calma, calma; quando chegarmos você entenderá. Ou acha que eu ia te meter em roubada? - brincou ele.
- Bobinho, eu confio em você! – sorriu a garota, descontraindo um pouco. Afinal, estava com Diego, e se esquecera disso...
A viagem não fora muito longa, e alguns minutos depois, em que Diego conseguiu animar a amiga, chegaram à frente a um prédio muito alto, de aparência comercial. Marie continuava sem entender, mas por algum motivo achou melhor não perguntar. Estava parada admirando o prédio, quando de repente sentiu uma mão arrastá-la rapidamente para o lado, fazendo-a gritar por um milésimo de segundo, antes que outra mão tapasse sua boca; mas quando pararam em frente à uma casinha bem simples mas bonitinha, pôde ver que era Diego e continuou sem entender...
- DIE...! –outra vez teve sua boca tapada, mas dessa vez o amigo a abraçou antes de falar baixinho em seu ouvido.
- Marie, se você continuar berrando eu vou ter que amordaçar você e te carregar no colo até lá, porque senão acorda todo mundo e aí o plano vai por água abaixo, meu anjo! – falou ele sério, mas com um certo sorrisinho nos lábios.
- Desculpa, mas eu... – A garota estacou onde estava no mesmo instante, como se virasse uma estátua. Apenas seus olhos se moviam, de uma esquina da rua para a outra, lentamente... Assustado, o amigo virou-se e tentou acompanhar os olhos de Marie, e teve um grande choque ao perceber que os três garotos que passavam por ali naquele exato instante eram Dante, Caio e Thomas! Mas, peraí... CAIO?! Passados quase cinco segundos de choque, em que os garotos, distraídos, não viram nada do que se passava do outro lado da rua, Diego pegou Marie e escondeu os dois dentro do carro até que a rua estivesse novamente vazia. A menina continuava em estado de choque, então ele pegou-a no colo e correu um pouco até o portão da casinha e abriu o mais silenciosamente que pode, quando as chaves caem no chão, e escorregam até um outro portãozinho, fazendo um barulho mínimo, mas suficiente para acordar um cão que dormia ali. O animal começou a latir muito alto, e apesar da agilidade do garoto, Diego não conseguiu pegar a chave do chão rápido o suficiente para que os outros três garotos que com o barulho vieram à tona saber o que havia acontecido não os vissem tentar abrir a porta.
- MARIE! – gritaram Dante e Caio em uníssono. O primeiro pulou o portão seguido do segundo, e só então a menina recuperou-se do choque e começou a correr para todos os lados, tentando fugir dos garotos que... a pegaram no colo e mesmo enquanto era socado, Caio não a largava de jeito nenhum, correndo em direção só Deus sabia qual. Enquanto Caio corria, Marie podia ver Dante e Diego brigando ao longe, e seus gritos pelos dois eram inúteis, quando talvez nem mais a ouvissem.
- ME LARGA, CAIO! ME LARGA, EU NÃO QUERO IR PRA CASA, EU NÃO QUERO! ME LARGA, POR FAVOR!
- Marie, ficar gritando no meu ouvido não vai me fazer largar você! – Exclamou o garoto em voz baixa, parando e colocando-a no chão. – O que pensa que estava fazendo, pode me dizer?
- EU?! Vocês decidiram me ignorar e eu nem sei se você já não arranjou outra garota, sem contar que eu não agüento ficar sozinha em casa com a mamãe nessas situações e você sabe disso, Caio! Agora, olha que legal da parte de vocês, meu melhor amigo e o único que me ajudou nessa história toda está apanhando do meu irmão! Se é que ele ainda se considera meu irmão, né...
- Marie, Escuta! Depois daquele dia você não sabe o que aconteceu então não tire conclusões precipitadas. Ninguém está certo nessa história não, porque todo mundo fez merda, tanto eu como você, como o Dante. E o seu irmão também está apanhando, caso você não saiba que numa briga com dois garotos daquele porte, os dois vão bater e apanhar. Fugir de casa... você realmente não existe garota! Acha que é assim que se resolve tudo? E onde o Diego estava com a cabeça para te apoiar nisso? Duvido que seu irmão deixe vocês dois se encontrarem de novo, se quer saber. – Caio fez uma pequena pausa, olhando na direção de onde vinham, até que notou o rosto da garota. - Não, Marie, não... Não chore Marie, por favor... Me desculpe, eu não quis ser rude com você, mas fiquei muito preocupado e nervoso com isso tudo, por favor... vem aqui, vem. – Chamou ele, puxando-a para um forte abraço. De todas as coisas que gostava em Caio, essa era a principal: seu abraço. Depois dos de Dante, os abraços de Caio eram os melhores que ela jamais sentira; aqueciam-na como um cobertor quentinho, e ao mesmo tempo faziam suas lágrimas secarem, e podia se sentir confortável como se deitasse em uma cama. De repente a garota foi puxada pelos braços que mais amava no mundo, em todos os sentidos. Mas ao contrário dos abraços de Caio, os de Dante a fizeram chorar ainda mais, por tudo que havia acontecido. Porém, passados menos de dois minutos, ela se deu conta de que havia algo errado, e engolindo o choro se desvencilhou dos braços do irmão.
- Dante, onde está o Diego? – perguntou seca. No mesmo instante, o garoto fechou a cara.
P.S.: Não coube toda a "emoção" que eu prometi num só capítulo, desculpem ):
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